Sob fortes chuvas, Alemanha e Bélgica registram mais de 100 mortos e milhares de desaparecidos
Fortes chuvas assolaram a Europa central nesta quinta-feira (15), deixando mais de 100 mortos na Alemanha e Bélgica, e milhares de desaparecidos. Holanda e Luxemburgo também foram afetados pelas chuvas, mas até o momento relatam apenas danos materiais. Com estradas bloqueadas e novos deslizamentos os números seguem subindo, à medida que as equipes de resgate conseguem acessar as áreas mais afetadas.
A região mais afetada pelas chuvas, engloba os países citados anteriormente, mais precisamente em Ahrweiler, no estado da Renânia-Palatinado, partes da Renânia do Norte-Vestfália, na região de Euskirchen, ao sul da cidade de Bonn, e na região vinícola de Ahrweiler, ao sul de Colônia, na Alemanha. Na Bélgica, a maioria dos óbitos foi registrado na província de Liège.
As fortes chuvas que chegaram a 100 litros por metro cúbico em Luxemburgo, causaram as cheias dos rios Reno, rios Vesdre e do rio Meuse, e as previsões apontam que a situação está longe de se normalizar, indicando que este último, o rio Meuse, pode chegar a um fluxo de até 3.750 metros cúbicos por segundo esperado, algo que não acontecia há 100 anos.
Centenas de soldados e autoridades locais prestam socorro às vítimas nos locais atingidos, com uso de tratores e tanques para desobstruir estradas e ferrovias, e helicópteros no resgate à vítimas ilhadas nos telhados de suas casas.
As autoridades alemãs consideram esta a pior catástrofe natural dos últimos 20 anos no país. "Estou chocada com a catástrofe que tantas pessoas nas áreas de enchente têm que suportar. Minha solidariedade vai para as famílias dos mortos e desaparecidos." Declarou a chanceler alemã Angela Merkel.
Em Luxemburgo, Xavier Bettel declarou um estado de desastre natural no país, e ele definiu como "dramática" a situação. O primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, também declarou um estado de desastre natural na província de Limburg.
Na Bélgica, os residentes de Liège, principalmente aqueles que vivem às margens do rio Meuse, foram orientados a deixar a cidade pela prefeita interina Christine Defraigne. O Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia foi ativado pelo governo, pedindo ajuda aos países do bloco para o enfrentamento à crise. França, Itália e Áustria responderam que enviarão esforços em auxílio.
Em toda a região, seguem os alertas de novas chuvas, cidades seguem sendo evacuadas e a recomendação das autoridades é para que, em não se tratando de evacuação, que as pessoas permaneçam em suas casas, se possível nos andares superiores.
Especialistas em clima disseram que as chuvas na região nos últimos dias devem-se a um sistema climático de baixa pressão quase estacionário. Alguns destes citam a relação destes eventos catastróficos com o aquecimento global.
Clima em crise
Nas últimas semanas, outras notícias envolvendo eventos climáticos também geraram preocupação, chuvas, ondas de calor, temperaturas baixas atípicas marcaram o início da nova estação. Especialistas seguem alertando para a relação entre estes eventos e o aquecimento global.
Inundações no Japão
No início do mês (03 de julho) o Japão também passou por um período de fortes chuvas que acarretaram em inundações, deslizamentos e dezenas de mortos. A cidade costeira de Atami, a sudoeste de Tóquio, foi uma das mais atingidas, com 130 edifícios afetados pelas inundações, deslizamentos de terra e cascata de lama que invadiram as residências. Os eventos causaram a morte de pelo menos 2 mulheres e deixaram dezenas de desabrigados.
Ondas de calor no Canadá e EUA
Sofrendo com ondas de calor há cerca de 5 semanas, Estados Unidos e Canadá devem enfrentar nova onda no próximo fim de semana, agravando incêndios florestais, riscos à população e à biodiversidade dos países.
No último mês, o Canadá bateu recordes sucessivos de temperatura altas, chegando a 16,7°C acima do esperado para o período, com a máxima de 49,6ºC. A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional registrou 585 recordes nos últimos 30 dias.
O número de mortes registradas como “súbita e inesperada” é três vezes maior do que a média registrada em outros verões, um exemplo é a província da Colúmbia Britânica, onde ao menos 719 pessoas morreram dessa forma.
Mais de 1 bilhão de animais marinhos podem ter morrido cozidos vivos, devido à onda de calor, que nas rochas da costa marcaram médias acima dos 50ºC na última semana de junho segundo pesquisadores. Os mariscos, cozidos, agora apodrecem nas costas que também sofrem com baixas das marés, causando odores desagradáveis nos arredores.
Os países lutam ainda contra cerca de 71 incêndios florestais ativos, em 12 estados. Estados como o Oregon, onde os incêndios já duram 9 dias e devastaram uma área maior do que a cidade de Nova York, ou o Condado de Mariposa, onde já destruiu 4.000 hectares, ameaçando milhares de residências na região.
Além dos transtornos já gerados, estas queimadas podem provocar a formação de nuvens conhecidas como pirocumulonimbus, essas nuvens, originadas pelo calor de incêndios, podem causar granizo, relâmpagos e tornados.
Os especialistas explicaram que a elevação das temperaturas se deve à alta pressão estática, que deu lugar a um fenômeno conhecido como “cúpula de
calor”.
Ondas de frio no Brasil Julho começou gelado para as regiões Sul e Sudeste do país, registrando temperaturas abaixo de zero, com neve e geada em algumas regiões. A Defesa Civil do Estado de SP chegou a emitir alerta para a queda nas temperaturas, que chegou a marcar 3°C na Serra da Mantiqueira e 4°C em São Roque e Região.
Ainda em SP, segundo o Movimento Estadual dos Moradores em Situação de Rua, ocorreram 7 mortes entre 29 e 30/06 devido às baixas temperaturas.
Para o próximo final de semana, novos alertas são emitidos pelos especialistas do Clima Tempo, indicando uma possível queda de 5°C na temperatura das regiões Sul e Sudeste do país, somado ao período de secas na região. A indicação geral é para que se evite acender fogueiras, manter os ambientes úmidos com uso de umidificadores de ar e toalhas molhadas, e atenção especial ao uso de aquecedores domésticos para evitar acidentes.
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