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  • Foto do escritorNatasha Sioli

Escócia é o primeiro país a distribuir gratuitamente absorventes

 

Com projeto de lei aprovado, o país se torna o primeiro do mundo a fornecer de graça os produtos menstruais



Foto: pexels

O Parlamento escocês aprovou um projeto de lei em que as autoridades locais devem garantir a disponibilidade de absorventes femininos e tampões íntimos para aqueles que precisarem. Com a aprovação do projeto, a Escócia foi o primeiro país em todo o mundo a distribuir de graça produtos menstruais.


A parlamentar Monica Lennon foi quem apresentou o projeto e já vem fazendo campanha desde 2016 para que dessem um fim no que chamam de "pobreza menstrual". Segundo a parlamentar, essa é uma legislação "prática e progressiva" e a chegada da pandemia do novo coronavírus fez com que se tornasse um tópico ainda mais importante. "As menstruações não param por causa das pandemias e o trabalho para melhorar o acesso a absorventes nunca foi tão importante", disse Lennon.


Mas o que seria a pobreza menstrual? Se trata de mulheres que possuem baixa renda e que não possuem acesso ou não podem comprar por produtos menstruais necessários. Geralmente, uma menstruação dura, aproximadamente, por cinco dias e uma mulher chega a gastar até oito libras (equivalente a R$ 56 reais) em um mês somente em absorventes internos e externos no Reino Unido. No entanto, nem todas podem pagar por esses itens.


Em uma pesquisa realizada com mais de 2 mil pessoas na Escócia, uma em cada quatro mulheres que foram entrevistadas na escola, faculdade ou universidade apresentaram dificuldades para ter acesso aos produtos menstruais. Nessa mesma pesquisa, foi constatado que cerca de 10% das meninas do Reino Unido não podem comprar produtos menstruais, outros 15% admitiram ter dificuldade para comprar e 19% precisaram escolher um produto com menor eficácia por causa do valor. Segundo os especialistas, cerca de 71% das jovens entre 14 e 21 anos apresentam constrangimento no ato da compra de produtos menstruais.


A lei aborda sobre este estigma pertencente à menstruação e também a importância da educação para tratar desse tema, tendo em vista que quase metade das meninas participantes das entrevistas alegaram faltar às aulas em período menstrual.


Após a lei ser aprovada, agora os 32 conselhos do país irão decidir quais métodos vão utilizar para que façam a distribuição dos produtos, levando em conta que precisam se atentar aos diversos tipos de itens "de forma razoável e fácil" e também "com dignidade" aqueles que precisam. O intuito é que utilizem o mesmo método da distribuição gratuita de preservativos, passando a valer a partir de dois anos da aprovação do projeto.


Além disso, a Escócia já passou a fornecer absorventes internos e externos, e também itens reutilizáveis, dentro das escolas, faculdades e universidades de forma financiada. Foi liberado pelo governo escocês um financiamento de 5,2 milhões de libras (R$ 36 milhões) em apoio, tendo também 500 mil libras (R$ 3,5 milhões) para que a instituição de caridade FareShare possa distribuir os produtos de forma gratuita para famílias de baixa renda. Também é possível encontrar os produtos em alguns bares e restaurantes de forma gratuita, sendo frisado que este é "um gesto de boa vontade e não uma exigência".




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