Entregadores de aplicativos realizam nova paralisação no dia 25 de julho

Conforme os organizadores dos protestos, os entregadores permanecem sem nenhuma resposta das empresas e nada mudou desde a primeira manifestação

Natasha Silveira

Foto: Rafael Félix

Entregadores de aplicativos fizeram, na tarde de quinta-feira (23), uma "pré-manifestação" na Avenida Paulista (SP) para iniciar os protestos que ocorrerão no sábado (25) pela segunda paralisação nacional dos entregadores, conhecida nas redes sociais como "#BrequeDosApps". A 1 paralisação ocorreu no dia 1 de julho em, pelo menos, 13 estados e no Distrito Federal, os entregadores garantem que dessa vez a greve será ainda maior e durará por cerca de 24h. Os entregadores ainda pedem por melhores condições de trabalho, mais segurança e valores maiores e justos pelas entregas realizadas.

De acordo com um dos organizadores do "Breque dos App", Diógenes Silva de Souza, o protesto será feito em razão do silêncio das empresas de entrega, como Rappi, Ifood, Uber Eats, Loggi e outras, desde a primeira paralisação. “Soltaram nota na imprensa dizendo que fornecem álcool em gel e máscaras e que ajudam o motoboy, mas não é o que vemos na rua”, relatou Diógenes. Os entregadores pedem também auxílio por parte dos aplicativos para os trabalhadores que se contaminaram com o novo coronavírus, caso sofram algum acidente durante o serviço e suporte para o conserto dos veículos que utilizam para trabalhar.

"Enquanto não houver nenhuma resposta às nossas reivindicações, seguiremos com as paralisações", diz Diogenes Silva, o organizador informa que nenhum dos aplicativos se manifestou a respeito do que já haviam solicitado na primeira paralisação, como o fim dos bloqueios indevidos dos entregadores, o aumento no valor por quilômetro rodado e o fim do sistema por pontuação, e que se prontificaram a informar à mídia apenas que estão garantindo os equipamentos de segurança.

Segundo os organizadores, a segunda mobilização será um pouco diferente da primeira. Os entregadores pretendem parar com as entregas dos pontos de coleta, como os restaurantes, shoppings e estabelecimentos conveniados aos aplicativos, e então bloquear a retirada de pedidos nos lugares. "A gente parava, mas fazia passeata e o pessoal voltava a fazer pedidos e isso fez com que os aplicativos não sentissem tanto. Agora, vamos evitar a coleta o dia inteiro", relatou o organizador.

O perfil 'Treta no trampo' pediu para que a população não realize pedidos por meio dos aplicativos neste sábado (25), e ressaltou "Os motoboys correm todos os dias por vocês, corram um único dia por eles". E divulgaram que os manifestantes e os protestos não possuem nenhuma ligação com os sindicatos e os partidos políticos, e sim que o movimento é de todos os entregadores.