Empregada doméstica era mantida como escrava

Idosa de 61 anos foi encontrada em situação deplorável pela polícia

Por Andrea dos Santos

Imagem: Pixabay

Idosa de 61 anos foi resgatada de uma casa pois estaria em situação de escravidão e teria sido abandonada no imóvel em Alto de Pinheiros, na Zona Oeste, área nobre de São Paulo, após os patrões se mudarem.

De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, a moradora da casa, Mariah Corazza Üstündag, de 29 anos, foi presa em flagrante na quinta-feira (18), mas foi solta após pagar fiança de R$ 2,1 mil. Seu marido, Dora Üstündag, 36 anos, também foi indiciado pela Polícia Civil.

A idosa que foi contratada como empregada doméstica trabalhava para a família há 20 anos e não recebia salário desde 2011, não tinha direito a férias e nem a 13º. Trancada em um depósito de móveis nos fundos do terreno, a idosa vivia dormindo em um sofá velho e não tinha nem mesmo acesso a banheiro, pois a casa principal estava trancada e a patroa havia se mudado.

Segundo o Sindicato das Domésticas da grande São Paulo, o Brasil tem o maior número de domésticas do mundo. Diz a OIT (Organização Internacional do Trabalho) que são 6,7 milhões de empregadas domésticas e 504 mil homens na função. Segundo relatório, 17% das trabalhadoras brasileiras são domésticas. O caso dessa senhora de 60 anos reforça o racismo estrutural ainda existente na sociedade, com base no privilégio de alguns por terem maior poder aquisitivo, explorando os desafortunados que se submetem a tal por não terem outra opção. Por mais que o trabalho escravo tenha sido banido no Brasil e em quase todos os países do mundo, ele continua a atingir muitas pessoas.