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Eduardo Paes se torna réu por corrupção

Segundo denúncias feitas pelo MP-RJ, o ex-prefeito teria recebido R$ 10,8 milhões em propinas


Por Larissa Marques

Foto: Reprodução/Flickr

Eduardo Paes, ex-prefeito do Rio de Janeiro do partido DEM, virou réu na Justiça Eleitoral após denúncias feitas pelo Ministério Público Eleitoral por crimes de corrupção passiva e ativa, falsidade ideológica pela não declaração de valores e lavagem de dinheiro por simular dinheiro pago à agencia de publicidade. A saber, um mandado de busca e apreensão foi feito nesta terça-feira (8). Ainda, o valor recebido indevidamente via esquema “caixa 2”, teria sido cerca de R$ 10,8 milhões.


Segundo a denúncia do Ministério Público Eleitoral, os pagamentos foram feitos em 18 entregas em dinheiro por operador financeiro a serviço do grupo Odebrecht, e tinham como propósito financiar sua campanha de reeleição no ano de 2012, que foram dados para sócios de agência de publicidade.


De acordo com os documentos da denúncia divulgados pelo Estadão, a denúncia é resultado da fragmentação de um inquérito que foi instaurado em 2017 no Supremo Tribunal Federal e que determinava a apuração de crimes de corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, que supostamente foram praticados em eleições nos anos de 2010, 2012 e 2014 pelo ex-prefeito e pelo deputado federal Pedro Paulo.


Segundo o site G1, além de Eduardo Paes também viraram réus: Pedro Paulo, que foi chefe da Casa Civil no Rio e que hoje é deputado federal; Leandro Azevedo, ex-executivo da Odebrecht; Benedicto Barbosa, ex-executivo da Odebercht; Renato Barbosa Rodrigues Pereira, que era marqueteiro de Paes e Eduardo Bandeira Villela, sócio de Renato.

Foto: Reprodução/Estadão/MPRJ

Autos da denúncia revela que em deleção premiada, no final do ano de 2016, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, até então naquela época ex-presidente na construtora Norberto Odebrecht disse com imprecisão que nos meses de fevereiro e abril de 2012, Paes teria solicitado o pagamento de vantagem indevida no valor de R$ 20 milhões e 25 milhões respectivamente.


Outrossim, segundo Benedicto Barbosa, Paes tinha consciência que ao solicitar o alto valor somente poderia ser realizada com valores não declarados, o chamado “Caixa 2”. Posto isso, o valor foi concedido, visto que Benedicto visava oportunidades lucrativas para o Grupo Odebrecht em parcerias com o ex-prefeito.


Em outra delação que consta no documento de denúncia desta vez Alexandre Pinto, ex-secretário de Obras, alegou que o ex-prefeito em 2018, três dias antes da eleição e que era candidato a governador, teria pedido propina de 1,75% em cima da obra da Transoeste, via expressa que liga a região da Barra da Tijuca a Santa Cruz e Campo Grande. O projeto teria sido avaliado em R$ 600 milhões e realizado pelo grupo Odebrecht. De acordo com o G1, essa informação ainda não foi confirmada pelos executivos da empresa.


A princípio, em nota oficial em perfil do ex-prefeito no Twitter no início da tarde, diz estar indignado em ser alvo do que ele caracterizou como “uma ação de busca e apreensão numa tentativa clara de interferência do processo eleitoral” e disse que a defesa não teve acesso aos termos da denúncia, portanto só iria se pronunciar após o acesso aos detalhes.


Posteriormente, em um vídeo também no Twitter, Paes disse que mais uma vez nas vésperas de eleição, em que segundo ele está liderando as pesquisas, seus adversários vêm utilizando de instrumentos da justiça para associá-lo a temas ilícitos. Segundo ele, durante o primeiro turno das eleições de 2018 a mesma coisa foi feita, denúncias de corrupção foram feitas contra ele para favorecer Wilson Witzel. O ex-prefeito e candidato atual finaliza dizendo que tem certeza que mais uma vez irá ser absolvido, bem como aconteceu nos processos anteriores.


Confira o vídeo:

Também em rede social, o deputado federal Pedro Paulo apenas declarou que: ”Uso político de instrumentos da justiça para interferir mais uma vez na eleição. Não nos intimidarão. Ao ter acesso o conteúdo da denúncia, farei a minha defesa no processo”.


Em síntese, mesmo que a Justiça Eleitoral tenha aceitado a denúncia contra Paes, ele ainda não é considerado inelegível, o que só ocorre para causas julgadas em segunda instância, e por isso poderá concorrer à prefeitura do Rio de Janeiro nas eleições desse ano.

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