Direito de transmissão: Como funciona nas maiores ligas da Europa?
- Femme News
- 5 de jul. de 2020
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Nos principais países Europeus a negociação do direito de transmissão é feita de forma distinta, alguns se aproximam do modelo atual brasileiro
Por Luana Silva

A alteração nos direitos de transmissão dos jogos brasileiros pode significar uma nova era no futebol. Desde 1987 a Rede Globo é a única emissora aberta que transmite com exclusividade os principais duelos da série A, com o direto de arena ao time mandante da partida isso pode estar prestes a acabar.
Os direitos de exibição das partidas são negociados de diversas maneiras ao redor do mundo. Na Europa, principal palco do futebol atualmente, os países adotam medidas diferentes entre si, algumas ligas vendem seus jogos em leilões e transmitem apenas na tv fechada, outras tem total liberdade de negociar suas partidas.
Espanha
Com o objetivo de equilibrar o futebol do país após triunfo de Barcelona e Real Madrid, desde 2015 os clubes são obrigados a ceder seus direitos para liga local, LaLiga, a qual centraliza as negociações e distribui a verba de forma mais igualitária. Antes da intervenção, cada clube era dono de seus direitos de transmissão enquanto mandante e tinha total liberdade para negociação de forma individual.
Dessa forma, a verba é dividida em:
50% para todos da primeira divisão;
25% por posição da tabela nos últimos 5 anos;
25% vinculado à torcida - público nos últimos 5 anos e audiência das partidas.
França
É organizado pela Liga de clubes Francesas, LFP, as vendas acontecem de forma coletiva e centralizada no bloco. Com a chegada do Qatar ao futebol do país, a emissora que monopolizada o futebol foi trocada por os outros veículos, incluindo os internacionais.
Em 2011, os direitos de transmissão do campeonato francês, tanto internacional quanto doméstico, foram comprados pela emissora Al Jazeera, que pertence ao Qatar, e o Canal Plus. Em 2018, a Mediapro, empresa espanhola, comprou os direitos pelo ciclo de 2020 a 2024.
O repasse das verbas não é tão generoso com os times médios e pequenos.
50% para todos da primeira divisão;
30% pela posição da tabela;
20% por partidas transmitidas.

Inglaterra
A Premier League sozinha tem a maior arrecadação no mundo do futebol. Os direitos são comercializados de forma centralizada e coletiva, assim as partidas são divididas em pacotes e leiloadas para emissoras. Os jogos são transmitidos somente em tevês de assinaturas.
Na fundação da Premier League os direitos foram vendidos apenas para a SKY, no entanto em 2006, após acusações de monopólio pela comissão europeia, foi repartido o direito de transmissão entre as emissoras. No ano de 2019, a Amazon comprou os direitos de transmissão de 20 jogos, todos foram exibidos no país através de seu streaming, Amazon Prime.
Verbas de transmissões locais:
•50% iguais todos da primeira divisão;
•25% pela posição da tabela;
* 25% por partidas transmitidas.
Quando se trata de transmissão internacional os direitos são 100% igual para todos os times da primeira divisão.
Itália
O Campeonato Italiano é negociado de forma centralizada e coletiva pela Lega Calcio, liga dos clubes de futebol. No ano de 1999, para romper com o monopólio, os clubes passaram a ser donos de suas arenas, podendo ser vendida individualmente, mas 9 anos depois o acordo foi desfeito após escândalos de corrupção. Com isso, a venda coletiva dos direitos voltou a vigor.
Destruição de recursos:
•50% iguais para todos da primeira divisão;
•30% por performance - resultado histórico, últimos anos, ano anterior;
* 20% de acordo com a torcida - presença e audiência.

Portugal
A venda de transmissão é feita de forma individual, cada clube tem seus direitos quando mandantes e negociam livremente com os veículos de comunicações. Os três principais clubes do país são os mais favorecidos: Benfica, Porto e Spoting.
Esse formato surgiu em 2013 após o Benfica se recusar a negociar com a Oliverdesportos, emissora que possuía os direitos de exibição por décadas. O time de Lisboa passou a investir na transmissão por seu próprio canal, BenficaTV. Dois anos depois o time assinou com a empresa de comunicação NOS, no entanto a transmissão no canal do clube se manteve.
Em 2016, Porto seguiu o caminho do Benfica. O time fecha acordo com outro veículo, a MEO, além disso foi criada também a PortoTV. Enquanto os clubes maiores disparam nos valores, os menores não conseguiram acompanhar, prejudicando o futebol local.
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