Estudos feito pela Fundação SOS Mata Atlântica aponta melhoras na água
Nesta segunda-feira (22), é celebrado mundialmente o dia da água. A data serve para alertar sobre os impactos da ação humana sobre os rios e a necessidade de preservação. Com isso, uma análise realizada pela Fundação SOS Mata Atlântica chama atenção para a condição ambiental dos rios monitorados durante o ciclo hidrológico de março de 2020 a fevereiro de 2021, que coincide com o primeiro ano da pandemia da Covid-19 no Brasil.
Devido aos avanços nos índices de coleta e tratamento de esgoto e do isolamento social, houve uma melhora na redução de fontes difusas de poluição, como lixo e sujeira química de veículos automotivos.
O cenário atual está melhor comparado ao ano de 2017, quando 38,6% dos esgotos produzidos no Brasil não foram tratados e coletados. De acordo com dados da Agência Nacional de Águas (ANA), cerca de 18,8% eram recolhidos e jogados nos recursos hídricos sem tratamento e o restante era coletado e tratado antes de serem rejeitados aos mananciais.
Em entrevista para o portal de Correio Braziliense, o ambientalista e presidente do projeto social Gaiola Aberta, Maurício Francelino, destacou que “existem diversos fatores que podem ajudar na redução da contaminação dos rios, como a diminuição da emissão de monóxido de carbono, o aproveitamento e a melhora do saneamento básico nas localidades, além da coleta seletiva, fator fundamental”.
Entretanto, a Fundação SOS Mata Atlântica aponta que a melhoria observada de forma pontual só se tornará permanente se houver investimentos contínuos em saneamento básico e proteção de matas nativas e áreas verdes. Além disso, a organização ressalta os resultados do relatório “Retrato da Qualidade da Água nas Bacias Hidrográficas da Mata Atlântica“ mostram a pressão que sobre o uso doméstico da água durante a pandemia resultou no comprometimento da qualidade da água de rios em regiões impactadas, no mesmo período, por secas e diminuição das vazões.
No período de 2020 a 2021, foram 130 pontos monitorados e 95 deles (73,1%) apresentaram qualidade da água regular, 22 (16,9%) ruim e 13 (10%) estão em boa condição. O levantamento não identificou corpos d’água com qualidade de água ótima ou péssima.
Os estudos sobre a qualidade da água foram realizados por 3 mil pessoas voluntárias que integraram 256 grupos de monitoramento do projeto Observando os Rios, patrocinado pela empresa Ypê com o apoio da Sompo Seguros. Com o acompanhamento e supervisão técnica da Fundação SOS Mata Atlântica, os grupos coletaram e analisaram a qualidade da água mensalmente durante um ano.
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