Dados apontam que a homofobia é um problema que precisa ser resolvido mundialmente
Em todo o mundo, ainda há 70 países que as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo são ilegais ou são penalizadas na prática e, desses países, 26 castigam apenas homens. Há também, 11 países que aplicam pena de morte para pessoas homossexuais e 26 países que condenam de 10 anos de prisão à cadeia perpétua.
Além disso, 31 países penalizam com 8 anos de prisão e 2 países que criminalizam na prática esse tipo de relação. Estes dados, publicados em 2019 pela Associação Internacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Trans e Intersexuais (ILGA), mostram a importância de combater a homofobia no mundo todo.
Hoje (17), no Dia Internacional de Luta Contra a Homofobia, o Femme News separou cinco personalidades do Brasil e do mundo que lutam por mais respeito ao próximo. Vale ressaltar que, felizmente, o número de pessoas engajadas nessa causa é muito maior do que podemos citar aqui. Então, venha conferir!
Cyndi Lauper (Estados Unidos)
A cantora e compositora norte-americana é um dos símbolos do país na luta por direitos LGBTQIA +. Lauper é co-fundadora da ONG True Colors United, uma instituição que ajuda pessoas LGBTs que acabam na rua e visa também minimizar o preconceito, e foi a primeira artista a receber o prêmio High Note Global Prize da Organização das Nações Unidas (ONU).
Lauper também advogou contra a homofobia e a transfobia e esteve presente na Casa Branca quando o Presidente Barack Obama assinou o Ato Preventivo contra Crimes de Ódio. O documento reconhece os ataques cometidos contra uma pessoa por causa de sua orientação sexual ou identidade de gênero como crime de ódio e passíveis de punição segundo tal legislação.
Joël Nana (Camarões)
Joël Gustave Nana Ngongang é um líder africano do movimento LGBT e ativista no combate à contaminação pelo vírus HIV. Ele leva o seu trabalho por vários países da África, onde também advoga contra leis homofóbicas, violência contra pessoas LGBTS e lidera campanhas de prevenção contra a Aids, com foco na população homossexual.
Kasha Jacqueline Nabagesera (Uganda)
Em Uganda, a homossexualidade é ilegal e Kasha Jacqueline Nabagesera combate a homofobia no país. Ela é a fundadora e diretora-executiva de uma organização de direitos LGBT chamada Freedom & Roam Uganda (FARUG) e, em 2011, ganhou o Prêmio Martin Ennals para Defensores de Direitos Humanos.
Nabagesera tem sido ameaçada e agredida verbalmente e foi obrigada a fechar as portas do seu bar em Kampala, o único estabelecimento abertamente LGBT do país. Entretanto, a ativista ainda permanece no embate junto com sua organização, promovendo conscientização da população e aumentando a visibilidade midiática das questões de minorias sexuais.
Nikolai Alexeyev (Rússia)
É advogado, jornalista, ativista, fundador e organizador da parada LGBT de Moscou, que todos os anos enfrenta problemas com o governo, a polícia e protestos homofóbicos. Além disso, ele também é vice-presidente do Comitê do Dia Internacional contra a Homofobia e a Transfobia.
Em 2010, Alexeyev venceu o primeiro caso no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos de LGBT por violações dos direitos humanos na Rússia. O caso se deu quando a Rússia violou três artigos da Convenção Europeia dos Direitos Humanos proibindo três Moscow Prides, em 2006, 2007 e 2008.
Silvero Pereira (Brasil)
No Brasil, há vários ativistas importantes para a luta contra a homofobia, como Jean Wyllys, a jogadora de futebol Marta, o artista Linn da Quebrada, entre muitos outros. O papel do ator Silvero Pereira e contribui constantemente para a causa. Quando ganhou o prêmio “Homem do Ano” da revista GQ, ele foi vestido de Gisele e fez um discurso inspirador no palco da premiação:
“Imagino que muita gente deve se perguntar agora: ‘como alguém pode ganhar um prêmio chamado “Homens do Ano” vestido dessa forma?’ ‘É para aparecer?’ Não, eu não quero likes. Eu vim do sertão do Ceará. Sei o que é passar fome e o que é passar sede. Eu fui violentado socialmente por diversos anos. Mas eu estou aqui e queria dizer que o meu lado feminino empodera o meu lado masculino. É por isso que eu vim assim.”
Gisele Almodóvar é o alter ego de Silvero Pereira, que teve um grande destaque no cinema nacional com o filme ‘Bacurau’. O cearense interpretou Lunga, o cangaceiro queer do filme premiado pelo júri no Festival de Cannes.
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