O atentado desta terça-feira (4), em uma creche deixou 5 mortos, 3 crianças e 2 adultos.
O crime ocorreu na manhã de terça-feira (04/05), na Escola Infantil Pró-infância Aquarela, localizada em Saudades, município do Oeste de Santa Catarina. Fabiano Kipper Mai, identificado como autor do crime, após os atentados, usou a própria arma para desferir golpes no próprio pescoço.
As 5 vítimas - Keli Aniecevski, de 30 anos, professora; Mirla Renner, de 20 anos, agente educacional; e as crianças Sarah Luiza Mahle Sehn, Murilo Massing e Anna Bella Fernandes de Barros, todas com menos de 2 anos - foram enterradas hoje (5), no Cemitério Municipal da cidade, sob forte comoção e na presença de centenas de pessoas que acompanharam o velório e o cortejo.
O agressor cometeu os crimes desferindo ao menos 5 facadas em cada vítima. Segundo o Delegado Jerônimo Marçal Ferreira, a Polícia Civil, a Polícia Militar e o Instituto Geral de Perícia (IGP) estiveram na casa em que Fabiano mora com a família. No local, foram encontrados R$11 mil em espécie e as embalagens das 2 facas usadas no crime, além do computador de Fabiano, também apreendido.
De acordo com a família, o autor do crime era introspectivo, possuía poucos amigos, com os quais havia brigado nos últimos dias, “um Jovem problemático, mas, de acordo com família, dentro da normalidade. Ninguém esperava isso", definiu o delegado.
Além das 5 vítimas, uma criança de 1 ano e 8 meses, segue internada em UTI após procedimentos cirúrgicos. No momento do atentado 20 crianças estavam no local sob os cuidados de 5 professoras. A tragédia não se estendeu graças à ação das professoras que conseguiram se trancar nas salas com as crianças impedindo o acesso do agressor.
Fabiano, o autor do ataque, segue internado no Hospital Regional do Oeste (Chapecó-SC) e está sedado. Ele foi autuado em flagrante por cinco homicídios triplamente qualificados (motivo torpe, utilização de recurso que impossibilitou a defesa das vítimas e a utilização de meio cruel). O hospital segue sob escolta devido às manifestações populares.
Este triste ocorrido nos recorda outros casos anteriores como os listados abaixo, e deixa o questionamento: nossas escolas e nossos profissionais estão preparados para reagir a este tipo de atentado?
13/03/2019 – Suzano-SP, quando Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25, ex-alunos do colégio, invadiram o prédio fortemente armados e atentaram contra funcionários e alunos durante o horário de lanche do colégio, deixando 7 mortos e diversos feridos. Por fim o mais velho matou o mais novo e se suicidou.
05/10/2017 – Janaúba-MG, quando oito crianças e uma professora morreram após um segurança colocar fogo em uma creche. Damião Soares dos Santos, de 50 anos, autor do atentado, também ateou fogo no próprio corpo e morreu no hospital. Dezenas de pessoas ficaram feridas.
22/09/2011 – São Caetano do Sul-SP, quando um aluno de 10 anos atirou em uma professora dentro da escola e logo após suicidou-se. A Prefeitura afirmou que o menino era considerado um aluno calmo e sem histórico de violência.
07/04/2011 – Realengo-RJ, onde Wellington Menezes de Oliveira, então com 23 anos, entrou na escola declarando-se palestrante e investiu contra os alunos deixando 12 mortos e outros 12 feridos. Após abatido pela PM com um tiro de fuzil, ele atirou na própria cabeça. Em carta, o criminoso disse ter sido vítima de bullying na escola.
Mais um caso, e infelizmente outros poderão acontecer.
Nossas escolas são frágeis, o sistema de segurança é precário e não se vê políticas sendo desenvolvidas para está área.
Triste e infelizmente nenhuma atitude para melhorar a segurança das escolas foi tomada de maneira global e efetiva. Nada impede que outras tragédias como essas voltem a ocorrer.