top of page
Foto do escritorBeatriz Costa

Dez filmes e séries para mergulhar na história da resistência feminista

Femme News preparou uma lista com produções que relatam as lutas cotidianas das mulheres


Foto: Google Imagens

Na segunda metade da década de 1960, surgiu o movimento feminista contemporâneo nos Estados Unidos, que se alastrou para diversos países industrializados entre 1968 e 1977. O objetivo central é lutar pela "libertação" da mulher. E, devido ao contexto do Dia Internacional de Luta das Mulheres, 8 de março, o Femme News organizou uma lista com dez filmes e séries nacionais e internacionais sobre a história do feminismo e seus temas comuns, como o combate à violência, o direito ao trabalho digno e a solidariedade. Confira!


“As Sufragistas”


Foto: Divulgação

O filme é uma produção franco-britânica que faz um recorte específico da primeira onda do feminismo: uma organização de mulheres que lutam pelo direito ao voto no Reino Unido, no início do século 20. Estrelado por Carey Mulligan, o drama dirigido por Sarah Gavron escolhe partir de uma operária, que a princípio não quer se meter em confusão, mas ao presenciar injustiças desperta para a luta pelo sufrágio universal e vai descobrindo do que é preciso abrir mão para virar militante num mundo machista.

Meryl Streep interpreta uma personagem real, Emmeline Pankhurst, que é uma das fundadoras e mentora intelectual do movimento que conseguiu dar relevância à luta ao criar o Sindicato Político e Social das Mulheres (WSPU) em 1903. Em 1918, o voto feminino foi conquistado no Reino Unido, mas apenas para mulheres acima de 30 anos e porque houve muitos protestos, sabotagens e prisões. Só dez anos depois, o Parlamento Britânico aprovou o sufrágio universal para maiores de 21 anos.


“Felicidade por um fio”


O filme conta a história da Violet Jones (Sanaa Lathan): uma publicitária com mais de 30 anos, muito bem-sucedida, que leva a vida que sempre sonhou, com um namorado perfeito e uma carreira brilhante. Mas uma profunda decepção faz com que Violet queira repaginar sua vida, começando pela aceitação de seu cabelo crespo, que ela sempre alisou.


Ao assumir sua realidade cacheada, Violet e as pessoas ao seu redor percebem que ela é negra. O drama fala sobre o apagamento que as mulheres negras sofrem a vida inteira, a desconstrução de sua própria negritude para se encaixar em um “padrão” imposto pela sociedade. Para encontrar a felicidade novamente, ela terá que superar os traumas de infância e as opiniões alheias.


“Frida”


Frida Kahlo é um dos principais nomes do movimento feminista história. O filme é baseado na biografia “Frida”, escrita por Hayden Herrera, e narra a vida da artista desde a adolescência até sua morte, em 1954, passando pela conturbada relação com Diego Rivera, seu companheiro nas artes, além de seu controverso caso com o político Leon Trótski. A trama também fala sobre os problemas de saúde que Frida enfrentou.


“Nise: O coração da loucura”


É um filme brasileiro que conta a história da doutora Nise da Silveira, que volta a trabalhar em um hospital psiquiátrico após sete anos de reclusão. Ela se nega a aplicar em seus pacientes tratamentos violentos, como eletrochoque e lobotomia e por isso, é isolada e desacreditada pelos colegas de trabalho. Após assumir o abandonado Setor de Terapia Ocupacional, a doutora recomeça as atividades do setor, tratando seus pacientes por meio da arte.


“Que horas ela volta?”


Em 2013, foi aprovada a lei que regulamentou a “PEC das Domésticas” no Brasil e a diretora Anna Muylaert trouxe um filme que contribuiu muito com o debate sobre a relação patrão-empregada no âmbito familiar e as consequências da inegável herança que temos em relação ao sistema escravagista. Na trama, Val é uma empregada pernambucana que trabalha há anos com uma mesma família em São Paulo, com quem mora e onde desenvolveu vínculos afetivos. Quando sua filha Jéssica vem para a cidade tentar o vestibular, a crise estoura, pois ao contrário da mãe, a jovem não aceita ser tratada como cidadã de segunda classe. O filme conta com a troca e a reaproximação de mãe e filha que juntas vão construindo novos laços e expondo de forma clara e bem-humorada, sem deixar de ser incisiva, uma das maiores feridas do Brasil.


“Bom dia, Verônica”


Foto: Netflix/Divulgação

Entramos na lista das séries e começamos com a produção nacional da plataforma de streaming Netflix. A série “Bom dia, Verônica” é uma adaptação de um livro com o mesmo nome e tem como premissa central a violência doméstica, principalmente no contexto brasileiro, onde o feminicídio foi só recentemente reconhecido como uma forma de assassinato. A trama vem para mostrar a forma como o sistema trata as mulheres, por isso é importante ressaltar que o enredo é pesado emocionalmente e pode servir de gatilho para muitas mulheres.


“Coisa mais linda”


A série é também uma produção da Netflix e fala sobre sororidade, emancipação feminina e um Rio de Janeiro para estrangeiro ver. “Coisa mais linda” conta com quatro mulheres fortes como protagonistas, são elas: Malu (Maria Casadevall), que, após ser abandonada pelo marido, vai em busca de seus sonhos sem precisar de homem nenhum para ajudá-la; Lígia (Fernanda Vasconcellos), que sonha em ser cantora, mas vive um casamento abusivo com um político influente; Thereza (Mel Lisboa), única jornalista mulher trabalhando na redação de uma revista feminina; e Adélia (Pathy De Jesus), mulher negra, mãe solo e empregada doméstica. Juntas formam um time formidável de mulheres que lutam contra o machismo da época.


“Jane the virgin”


Esta produção é um sucesso internacional que representa o dia 8 de março! A série conta a história das Villanuevas, uma família de mulheres latinas compostas por uma vó extremamente religiosa e conservadora, uma mulher que foi mãe jovem e sonha em ser dançarina e a filha, protagonista Jane, que é acidentalmente inseminada artificialmente e terá que superar obstáculos e se reerguer diversas vezes, mas conta com o amparo e apoio da família. A trama aborda questões sociais, como o feminismo e a imigração nos Estados Unidos.


"The Handmaid's Tale"


A série “The Handmaid’s Tale”, inspirada no livro homônimo (“O Conto da Aia”[1], em português, escrito pela autora Margareth Atwood) se passa em um futuro distópico, no qual Os Estados Unidos vivenciaram um golpe e se transformaram em um Estado teocrático cristão, chamado República de Gilead. A produção aborda uma temática intensa, forte e revolucionária no aspecto político, social e feminino. Criada por Bruce Miller e produzida no final do ano de 2016, a série coleciona prêmios importantes, como o “Programa do Ano” e “Melhor Série Dramática de 2017” e “Globo de Ouro 2018”.


“Orange is the new black”


A série “Orange is The New Black”, da Netflix, é baseada na história real da protagonista Piper Chapman, interpretada por Taylor Schilling, e mostra o dia a dia em uma prisão feminina. A trama traz reflexões sobre questões sociais, como imigração, racismo, homofobia, transfobia e claro: o feminismo. Vale frisar ainda que o roteiro retrata questões sobre privilégios, sexualidade e a vida real, sem nenhuma elegância, dentro da penitenciária.

Comments


bottom of page