Fotojornalista do Estadão fala sobre sua experiência na área e dificuldades enfrentadas
O percentual de participação feminina no Brasil atualmente chega a 49,9%, segundo o IBGE, mas em algumas áreas o número de mulheres chega a ser bem inferior, se comparado ao percentual masculino, como é o caso do fotojornalismo. A Woman Photograph (WP), iniciativa que reúne mais de 850 fotógrafas documentais pelo mundo, apresentou estatísticas em 2018 que apontavam que apenas 15% dos fotojornalistas do mundo eram mulheres.
A área predominantemente formada pelo perfil masculino também apresenta desafios para mulheres que buscam inserção no mercado. Gabriela Biló, fotojornalista do Estadão, diz que sente falta de ter um número maior de mulheres na área e que a presença do machismo ainda é grande.
Mesmo com a falta de representatividade, Gabriela afirma que não é um fator que faça desistir da profissão, "A falta de representatividade nunca foi um fator pra decisão, pelo contrário, aí que dá vontade de ficar mesmo e trazer mais mulheres", disse.
A fotojornalista ressalta que outro grande desafio da profissão é demanda do trabalho, que pode exigir uma longa carga horária e ter baixa remuneração.
Contudo, Gabriela, que tem como inspiração mulheres como Claudia Andujar, Ana Carolina Fernandes, entre outras, deixa ainda um conselho para as mulheres que pretendem seguir carreira no fotojornalismo: “Não desistam, o fotojornalismo é duro para qualquer um, especialmente nós. Use o machismo como combustível, não desanime. Só o fato de você estar lá presente já é revolucionário, já faz diferença para todas nós mulheres, venha.”
Fotojornalismo político
O fotojornalismo tem como prioridade informar através de fotos e ajudar a compor pautas usando a imagem, essa característica não deixa de estar presente no fotojornalismo político.
Gabriela Biló é conhecida por relatar e cobrir eventos políticos, o trabalho requer atenção e dedicação, em sua carreira já fotografou discursos e reuniões presidenciais. A fotógrafa diz que a agilidade é um fator essencial para esse tipo de cobertura além de conseguir um bom posicionamento no local do evento.
Assim como o olhar faz a diferença, um bom equipamento é um forte aliado na profissão, Gabriela diz que isso faz com que se tenha “mais possibilidades principalmente se o assunto está longe e mal iluminado, mas muitos fotógrafos fazem um trabalho de excelência sem isso”.
Leia a entrevista completa na íntegra.
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