top of page
Foto do escritorFemme News

Deputada Flordelis vira ré em caso do assassinato do marido Anderson do Carmo

A parlamentar também é investigada em crime de rachadinha e nepotismo


Por Clara Maria Lino

Flordelis e Anderson eram casados há 25 anos. Crédito: Arquivo Pessoal/ Flordelis

Oito pessoas foram presas nesta segunda-feira (24) acusadas de envolvimento na morte do pastor Anderson do Carmo em junho de 2019. Na ocasião o pastor foi morto com mais de 30 tiros, pouco tempo depois de chegar em casa, em Niterói, cidade do Rio de Janeiro. Só da família da deputada federal Flordelis (PSD-RJ), esposa de Anderson, foram presos cinco filhos e uma neta.


O Ministério Público e a Polícia Civil do Rio de Janeiro descobriram diversas trocas de mensagens entre os celulares da deputada com os filhos adotivos que reforçam a suspeita de que Flordelis é a mandante do assassinato.


Segundo as investigações, a parlamentar planejou, financiou e convenceu pessoas a praticar o crime, pois estava insatisfeita com a forma como o pastor geria o dinheiro da família.


Além disso, a mandante avisou sobre a chegada de Anderson aos envolvidos na ação do assassinato e ocultou provas. Flordelis tentou matar o pastor ao menos seis vezes por envenenamento e contratou pistoleiros ao menos duas.


"Ele (Anderson) foi para o Rio hoje. Aproveita e já espera ele na volta. Se voltar no (veículo) dele, melhor ainda. Vou mandar ele enviar a foto, nós vamos saber qual o carro e qual a placa", disse Flordelis em uma das mensagens.


De acordo com Allan Duarte, responsável pelo inquérito a imagem de família perfeita era fachada.


"Não se tratava de uma simples família, mas de uma organização criminosa intrafamiliar. O inquérito traz a desconstrução dessa imagem de decência, de pessoa caridosa. Ela (Flordelis) vendia esse enredo para conseguir chegar à Câmara dos Deputados, e depois tratar essa pessoa (Anderson) como objeto descartável", relatou o titular da Divisão de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo.


Para as investigações, não existem dúvidas de que a deputada federal Flordelis é a responsável pelo crime. "Pra gente fica muito claro, não resta a menor dúvida, de que ela (Flordelis) foi a autora intelectual, a grande cabeça desse crime", afirmou Allan Duarte.


Por exercer mandato parlamentar, Flordelis ainda não pode ser presa. Mas a deputada já é considerada ré no processo do assassinato do pastor Anderson e será julgada em primeira instância pela 3ª Vara Criminal de Niterói.


A parlamentar está impedida de ir a qualquer cidade que não seja Niterói ou Brasília, não pode ter contato com as testemunhas do caso, não pode mudar de casa e terá o passaporte recolhido.


Além desta investigação, também estão sendo analisados indícios de crime de rachadinha no gabinete de Flordelis, nepotismo direto e cruzado, quando cada parlamentar admite pessoas ligadas aos outros parlamentares.


De acordo com a Polícia Civil, a neta da deputada que também foi presa nesta segunda-feira (24), foi para Brasília com o objetivo de ganhar R$15 mil por mês como assessora parlamentar, mas teria recebido apenas R$ 2,5 mil.


Comentarios


bottom of page