Escola federal no Rio não apresentou plano de aula remoto desde o início da quarentena
Por Clara Maria Lino
A Câmara dos Deputados emitiu um relatório nesta terça-feira (11) através da Comissão Externa da Câmara (COMEX/MEC), que demonstra a ausência do governo federal com relação a medidas de inclusão para a educação de alunos com dificuldade remota de ensino durante este período de pandemia do novo coronavírus.
As informações são do Jornal O Globo. Segundo o Relatório, “nenhuma medida” foi tomada até julho deste ano “no sentido de promover a educação do campo”.
“Até julho de 2020, nenhuma medida havia sido tomada pelo governo federal no sentido de promover a educação do campo, de povos indígenas, quilombolas ou a educação inclusiva durante a vigência das políticas de isolamento social”, diz trecho do documento.
O texto ainda relata que o cenário é “preocupante” e afirma que as sucessivas trocas de ministro da educação colaboram para o retrocesso nas políticas educacionais.
“O cenário apresentado é preocupante, visto que a alta rotatividade prejudica o andamento de políticas educacionais voltadas à pandemia e ao pós-pandemia. Além disso, fragiliza ações de coordenação entre o ministério e demais entes federados, o que gera descompasso na implementação de ações efetivas para a volta às aulas e na definição de um calendário letivo para as redes escolares”, afirma o relatório.
Todos os níveis escolares sofrem as consequências da falta de políticas públicas na educação, mas quem vai prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) não tem muito tempo a perder. É o caso de Julia Pessôa, de 18 anos.
No 4º e último ano do curso técnico em edificações pelo Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ), Julia pretende cursar pedadogia, mas encontra dificuldades em estudar já que a escola não apresentou nenhum modelo formal de ensino durante este período.
“Tenho dificuldade de concentração estudando em casa por causa das muitas distrações como a rede social. Na verdade, eu não tenho aula. Estudo sozinha para o Enem. O Cefet não adotou nenhum tipo formal, somente professores voluntários que se dispuseram a dar aula”, afirma a jovem.
Beatriz Araújo, de 17 anos, estuda em uma rede particular de ensino no Rio de Janeiro. Ela pretende cursar medicina e também encontra dificuldades em passar pelo 3º ano do ensino médio regular neste ano para prestar o próximo ENEM.
“O ensino não é a mesma coisa, é o básico do básico. Não tem a mesma atenção que nas aulas presenciais. A falta de trabalhos rigorosos que um aluno do último ano do ensino médio precisa também é um fator, além do rendimento que cai muito por não conseguir entender a matéria.
Perguntada sobre o nível de estudo para as provas, Beatriz diz que não se sente preparada, mas vê a importância de realizar a quarentena.
“Não me sinto preparada para o ENEM, mas também não quero voltar as aulas presenciais. Até porque se eu me infectar ninguém vai fazer os trabalhos, provas por mim e nem arcar com as despesas que vou ter”, relata a estudante.
HISTÓRIA
O dia nacional do estudante é comemorado anualmente no dia 11 de agosto. A data é celebrada desde 1927, ano do centenário da criação dos cursos de Direito no Brasil.
Em 11 de agosto de 1827, Dom Pedro I autorizou a vinda dos primeiros cursos superiores de Direito localizados em Olinda (Pernambuco) e na capital de São Paulo.
Hoje elas representam a Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).
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