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Criança de dez anos precisou entrar em hospital no porta-malas do carro

  • Foto do escritor: Femme News
    Femme News
  • 18 de ago. de 2020
  • 2 min de leitura

Enquanto médico distraia manifestantes, a menina de dez anos, vítima de estupros, precisou entrar escondida dentro do porta-malas de veículo


Por Larissa Marques

Foto: Reprodução/Carlos Ezequiel Vannoni/Agência Pixel Press/Folhapress

A menina de dez anos de idade, vítima de seguidos estupros pelo próprio tio, ocasionando uma gravidez, precisou se esconder dentro do porta-malas de um carro para que conseguisse entrar no hospital. No último domingo, 16, um grupo de religiosos fanáticos e políticos faziam manifestações contra o procedimento, que seria necessário para interromper a gravidez.


A saber, a menina não conseguiu realizar o procedimento na cidade de São Mateus, no norte do Espírito Santo, por recusa dos médicos, que alegaram não ter condições técnicas para a realização do aborto. Dessa forma, precisou viajar escondida até o Recife, em Pernambuco.


Segundo Olimpio Moraes, chefe e diretor da unidade médica em que foi feito o aborto, a perseguição se iniciou ainda no aeroporto e seguiu até o Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), onde o grupo impedia a entrada. Ele ainda conta o que foi necessário fazer para que a criança conseguisse entrar na unidade.


“Esse era um caso diferente. Quando eu soube do vazamento dos dados, fui pro hospital e quando cheguei estava aquela confusão. Ficamos com medo de ela não conseguir entrar. Criamos uma distração para tirar a atenção e o carro passar escondido. Ninguém viu”, relata Olimpio.


Ademais, ele contou ainda que gritos foram ouvidos, inclusive o chamando de “assassino”, “aborteiro”, “demônio”. Ainda, afirmou que haviam pessoas dizendo coisas como “por que o senhor não mata seus filhos?”.


Em suma, com a distração criada, a criança conseguiu entrar no hospital e logo após isso a polícia chegou e impossibilitou que as 200 pessoas invadissem o local. Segundo a Folha de São Paulo, esses manifestantes chegaram ainda atrapalhar a chegada de mulheres grávidas à maternidade e que estavam em trabalho de parto.


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