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Foto do escritorNatasha Sioli

Casos de Covid-19 têm um aumento de 167% na Ilha de Paquetá

Moradores afirmam que não há fiscalização das medidas de prevenção 


FOTO: CUSTÓDIO COIMBRA

A Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, tem sofrido com o aumento de casos do novo coronavírus. A preocupação aumentou desde que o médico Lúcio Gomes Rodrigues Alves, responsável técnico pelo programa Saúde da Família, testou positivo há dez dias. O médico foi transferido do local para um hospital particular da capital já que seu caso necessitava de mais cuidados, após alguns dias na UTI o médico já está recuperado.


O caso foi um dos outros 16 que surgiram na ilha somente este mês, chegando a 167% de aumento nos casos. De acordo com informações oficiais, haviam seis moradores contaminados antes do dia 16. Porém, um morador e presidente da Associação de Moradores da Ilha, Alfredo Braga, disse que o número de contaminados pode estar sendo disfarçado, alguns moradores possuem receio de procurar uma unidade de saúde quando iniciam os sintomas da doença.


"Tem pessoas que não contam, têm medo, vergonha. Que estão com sintomas e não procuram nem o hospital", disse Alfredo em entrevista ao jornal O Globo.


O presidente da Associação acredita que a onda de contaminados pode ter ocorrido por causa da flexibilização precoce estabelecida na região, fazendo com que os moradores tenham deixado de tomar as precauções necessárias e recebendo novamente os turistas na ilha.


Segundo Alfredo, alguns não estão seguindo as medidas de proteção, "Turistas vêm para cá e já chegam aqui sem máscaras. Mas eles não entram em determinados estabelecimentos porque os donos não deixam sem a máscara. Mas a pessoa vai andar no meio da rua, vai alugar bicicleta, vai ter o contato direto com o produto. E aí a onda começa a crescer."


"Os moradores de Paquetá são muito mais mal educados do que os turistas. Eles usam e abusam da aglomeração. Precisava ver a porta da escola no dia das eleições. Churrasquinho, comida, bebida, parecia uma quermesse. Eu vi gente entrando para votar sem máscara e o responsável não falou nada", disse uma moradora que preferiu não se identificar. A moradora também reclamou sobre a redução da frota de barcas da CCR, informando que não seguiram as medidas de flexibilização.


Os dois entrevistados afirmam que não há fiscalização durante a viagem para manter as medidas de proteção, deixando que as pessoas relaxem e não utilizam a máscara. "Os moradores embarcam numa barca lotada e voltam também em uma barraca lotada sem máscaras. Aqui tem muita gente na informalidade fornecendo delivery. E essas pessoas vão buscar seus produtos na capital. A barca de 13h30m, em que não viajam turistas, é uma loucura. Nos últimos feriados, houve barca extra para vir, mas não houve para voltar. Tinha barca às 14h40m, 18h30m e a outra, só às 23h. Muitas famílias com crianças buscaram abrigo embaixo de árvores na praia para poder dormir e outras procuraram pousadas. Estavam com medo de desembarcar no Rio depois da meia noite."


Em nota emitida, a CCR barcas se pronunciou sobre os horários das viagens para Paquetá. "A CCR Barcas informa que a grade de horário em vigor na linha Paquetá foi determinada por decisão judicial, sendo que a operação desses horários passou a ocorrer em função do descumprimento pelo Poder Concedente do Termo de Compromisso assinado com a Concessionária na Justiça. Neste momento, há uma queda de 30% na demanda na linha Paquetá. Para evitar aglomeração no interior das estações e nos barcos, os bloqueios das estações estão programados para que o número de passagens disponibilizadas seja exatamente igual ao número de assentos da embarcação da vez. Vale ressaltar que, atualmente, em nenhuma viagem da linha Paquetá tem havido a ocupação de 100% dos lugares ofertados. O uso de máscaras de proteção facial é obrigatório no transporte aquaviário, e a CCR Barcas orienta os usuários acerca da medida nos terminais e embarcações."


A Prefeitura também se pronunciou pela Guarda Municipal para ressaltar que continuam fiscalizando para que cumpram com as medidas de prevenção. "A Guarda Municipal do Rio realiza fiscalização sanitária e ações de conscientização durante o patrulhamento diário na Ilha de Paquetá. A equipe que atua na ilha utiliza um carrinho elétrico para transmitir mensagens sonoras de orientação, a fim de reduzir aglomerações e reforçar as medidas de proteção, como o uso de máscara facial. A Guarda Municipal solicita que o morador colabore com a fiscalização, registrando denúncias na Central 1746."





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