Carlos Decotelli não foi o único dos ministros do governo Bolsonaro a mentir em currículo
- Femme News
- 29 de jun. de 2020
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Após apresentadas as irregularidades, a posse do novo ministro da Educação foi adiada, mas ainda não foi divulgada uma nova data
Por Natasha Silveira

Na última sexta-feira (26), o reitor da Universidade Nacional de Rosário na Argentina, Franco Bartolacci, declarou por meio de sua rede social que o novo ministro da Educação do Brasil, Carlos Alberto Decotelli, não obteve o título de doutor pela universidade. Decotelli chegou a cursar todos os créditos do curso, porém não concluiu o programa. Nesta segunda (29), outra universidade também declarou mais uma mentira do novo ministro, dessa vez foi a Universidade de Wuppertal, na Alemanha, em que o novo ministro pôs em seu currículo ter realizado seu pós-doutorado. A instituição alemã emitiu uma nota dizendo que Decotelli não esteve na universidade pelo período colocado em seu currículo e também não lecionou e não recebeu nenhum certificado, ele esteve na universidade para uma pesquisa de 3 meses sobre sustentabilidade em 2016.
Entretanto, Decotelli não foi o único ministro do governo Bolsonaro a mentir em seu currículo, todos os nomes que passaram pelo MEC desde o início do novo governo apresentaram inconstâncias, confira:
- Abraham Weintraub, segundo o jornal Folha de S. Paulo, também teve inconsistências em seu currículo, dois artigos idênticos publicados foram encontrados em períodos diferentes que demandam ineditismo do material, o que é chamado de autoplágio no meio acadêmico.
- Ricardo Vélez Rodriguez apresentou 22 erros em seu currículo, as inúmeras falhas se dão ao "esquecimento" de adicionar os co-autores de seus textos, como no livro "Formação e Perspectivas da Social-Democracia" em que aparenta ser de sua autoria quando, na verdade, foi realizado pelo diplomata Carlos Henrique Cardim.
- Damares Alves afirmou que seus títulos em "mestre em educação" e em "direito constitucional e direito da família" são voltados aos ensinos bíblicos, “Diferentemente do mestre secular, que precisa ir a uma universidade para fazer mestrado, nas igrejas cristãs é chamado mestre todo aquele que é dedicado ao ensino bíblico”, afirmou a ministra em janeiro de 2019 durante uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo.
- Ricardo Salles teve seu título de mestre em direito público negado pela Universidade Yalle em fevereiro de 2019, apesar de usar do título há anos em seus artigos. Salles divulgou em sua rede social que a informação foi um erro de sua assessoria.
Além destes, a ex-presidente Dilma Rousseff também apresentou irregularidades, em seu currículo apresentava os títulos de mestre e doutora em economia pela Unicamp. Embora tenha concluído os créditos, não obteve nenhum dos diplomas pois não defendeu a tese, a declaração foi feita pela Revista Piauí no ano de 2009.
Em decorrência das afirmações das universidades, o governo decidiu adiar a posse do novo ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, que estaria prevista para esta terça-feira (30), para que possam realizar uma "checagem completa" em seu currículo.
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