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Doação de livros para mulheres faveladas e de periferias é realizado pela dupla Biga e Mica.
Por Cate Bartosch
Vítimas de feminicídio, violência obstétrica, disparidade social, abuso sexual, entre outras questões, as mulheres moradoras de favelas sofrem silenciosamente dentro de suas casas. Segundo os dados do Mapa da Violência/2015, cerca de 13 mulheres são assassinadas por dia em situação de violência doméstica.
Biga e Mica aparecem com uma ação para ajudar essas mulheres por meio da leitura e da escrita, na qual elas poderão registrar suas histórias, lembranças, perdas e dores. Uma bolsa com um livro, um caderno, uma caneta, dois cartões recheados de afeto e muitas possibilidades estão incluídos no presente. O projeto acredita que a leitura abre portas e que o registro é a sua própria narrativa.
"É urgente que essas mulheres se reconheçam vítimas e descubram que há movimentos para reverter estatísticas", declaram no Twitter.
Hoje (19), Biga e Mica conseguiram comprar 80 livros com ajuda de doações para presentear mulheres moradoras de favelas e periferias do Rio de Janeiro. A primeira distribuição acontecerá em setembro e afirmam que a próxima ação está prevista para dezembro.
Os livros distribuídos são todos de autoria feminina e o primeiro a ser presenteado é "Ponciá Vivêncio" da autora Conceição Evaristo, que é conhecida pelo seu livro "Escrivências: Identidade, gênero e violência". A autora explica que "escrivência" é a escrita que nasce das lembranças, experiência de vida.
Com seis livros lançados até 2017, Evaristo é referência no que diz respeito à arte como poderosa ferramenta na luta contra o racismo e o machismo que se encontram na base da sociedade.
"A nossa escrivência não pode ser lida como história de ninar os de casa-grande, e sim para incomodá-los em seus sons injustos", afirma a autora.
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