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Foto do escritorNatasha Sioli

Brasil tem queda histórica no índice de liberdade de expressão em governo Bolsonaro

De acordo com o relatório, a piora do país no índice tem a ver com a chegada de Bolsonaro ao poder



Foto: Alan Santos/PR

Em relatório que realizou análise de 161 países, o Brasil é o que apresentou a maior queda no indicador de liberdade de expressão. O relatório foi publicado nesta segunda-feira (19) através da Organização Internacional de Direitos Humanos Artigo 19.


Entre os 161 países, o Brasil está na 94 posição com 46 pontos do total de 100, sendo ultrapassado pelos outros países da América do Sul, menos a Venezuela. Durante o período de 2018 e 2019, o Brasil teve a queda mais significante em relação as outras comparações, caindo 18 pontos em um ano. De 2014 a 2019, caiu 39 pontos nos cinco anos e de 2009 para 2019 caiu 43 pontos nos 10 anos. De acordo com o relatório, a queda "se acelerou com a chegada de Jair Bolsonaro ao poder, no início de 2019, com a perda de 18 pontos em apenas um ano".


"A pandemia de 2020 fez do Brasil um exemplo extremo de como líderes autoritários e restrições à liberdade de expressão, combinados com desinformação, representam um alto risco para a saúde pública", afirma o documento. Foi destacado também os efeitos que a pandemia da Covid-19 teve sobre o país junto com a desinformação, citando os casos em que o próprio presidente Jair Bolsonaro postou algumas informações em suas redes sociais e que foram apagadas pelas plataformas por se tratarem de conteúdo falso.


“No Brasil e no mundo, é preciso garantir um ambiente de trabalho seguro para jornalistas, livre de ataques a organizações da sociedade civil e em que a população não encontre barreiras de acesso à informação pública e a uma internet livre de violações de direitos humanos”, disse a diretora-executiva da Artigo 19, Denise Dourado Dora.


Em 2019, a liberdade de expressão chegou ao seu menor patamar por todo o mundo e, segundo a ONG, acredita-se que essa queda foi influenciada por países com grandes populações e que apresentam diversas restrições, como a Índia, China, Rússia, Bangladesh, Turquia e Irã, e também pelos países que possuem alguns retrocessos e quedas alarmantes como os Estados Unidos, Brasil, Tanzânia e Hungria. Cerca de 51% da população mundial, aproximadamente 3,9 bilhões de pessoas, estão vivendo em países em que a garantia do direito da liberdade de expressão é muito limitada, em abril deste ano o Brasil caiu, pelo segundo ano consecutivo, no ranking de liberdade de imprensa da organização não governamental Repórteres Sem Fronteira.


Contendo 150 páginas, o relatório reservou todo um capítulo para fazer uma análise da situação atual do Brasil. De acordo com os pesquisadores, grupos indígenas e de defensores do meio ambiente estão entre os mais ameaçados no quesito de liberdade de expressão do país. Com a gestão de Bolsonaro, houve um "grande salto no desmatamento da Amazônia" e também muito descaso na aplicação das leis ambientais. Como consta no relatório, "A exploração [de recursos naturais] tornou-se uma parte fundamental do modelo econômico do novo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. Quem se opõe a ele é tachado de antipatriótico e anti-desenvolvimento".


O documento também ressaltou a questão dos ataques do presidente contra os jornalistas, foi feito um levantamento em julho, pelo Repórteres sem Fronteiras, que calculou 53 ataques diretos de Bolsonaro aos repórteres. Conforme citado no relatório, Bolsonaro fez "10 ataques a jornalistas por mês em 2019, dirigidos particularmente a mulheres afrodescendentes e ativistas indígenas".


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