Para o ministro da Economia, Paulo Guedes, a previsão era de que o PIB brasileiro ficasse abaixo dos 4%. No entanto, o tombo foi de 4,1%.
Após uma queda histórica de 4,1% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2020, o Brasil chegou a 12ª colocação, deixando assim a lista das 10 maiores economias do mundo e sendo superado por Canadá, Rússia e Coreia. Em 2019, o Brasil ocupava a 9ª posição no ranking. Os dados foram levantados pela agência de classificação de risco Austin Rating, que ainda presume que o Brasil poderá cair mais duas posições ainda este ano.
"Teria uma chance da Rússia ter um número muito ruim e cair bastante, daí o Brasil voltaria para 11º, acho que no máximo isso. A Austrália dificilmente vai superar o Brasil porque a diferença é muito grande", informou o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini.
Segundo o levantamento, o PIB do Brasil chegou a 21ª posição no ranking das 50 maiores economias do mundo em 2020, tendo as maiores quedas registradas pelo Peru (-11,1%), a Espanha (-11%) e o Reino Unido (-9,9%). Somente Taiwan, China e Turquia obtiveram um crescimento nos números em comparação à 2019. Vale ressaltar que nem todos os países divulgaram ainda os dados oficiais ou finais do PIB de 2020, o ranking definitivo tem previsão para ser divulgado em abril, com resultados fornecidos pelo FMI (Fundo Monetário Internacional).
Pelos dados da Austin, espera-se que o PIB do Brasil tenha uma alta de 3,3% em 2021, o que ainda é abaixo da média de crescimento global aguardada (5,5%). Caso a estimativa seja confirmada, o Brasil poderá cair até a 14ª posição no ranking das maiores economias do mundo, atrás ainda da Austrália e da Espanha. Nos anos de 2010 e 2014, o Brasil permaneceu na 7ª posição do ranking, enquanto em 2003 chegou a 14ª posição, sendo considerado o pior momento.
Na última terça-feira (2), o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a queda do PIB brasileiro poderia ficar abaixo de 4% em 2020. No entanto, com a divulgação dos dados atuais já foi constatado que este foi o terceiro pior resultado da história, apenas em 1990 o tombo foi menor durante o governo Collor, com o confisco das poupanças e chegando a 4,35%. No ano passado, o ministro disse em uma entrevista à Jovem Pan que o governo já fez "muita coisa com espírito federalista de descentralizar recursos" e afirmou que "seria tolice elevar impostos em meio à depressão" em razão da pandemia do novo coronavírus. Em entrevista hoje, Guedes disse à Jovem Pan que o governo não possui pretensão de elevar os impostos: "Preferimos vender duas, três, quatro estatais e derrubar a relação dívida PIB".
"Não somos geração de covardes que fazem guerra e jogam conta para filhos e netos. Podemos substituir impostos, derruba um aqui aumento outro ali, mas sempre simplificando. Não conte conosco para imposto sobre fortuna, alíquota extra aqui ou ali, aumento na alíquota do Imposto de Renda", disse o ministro.
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