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Brasil atinge o maior número de mortes causadas pela Covid-19 em julho

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    Femme News
  • 4 de ago. de 2020
  • 3 min de leitura

Diferentes de outros países, as mortes no Brasil só tendem a aumentar ao invés de diminuir desde que se iniciou a pandemia no país


Por Natasha Silveira

Foto: Douglas Magno/AFP

Em julho, de acordo com os dados apurados pelo consórcio dos veículos de imprensa e as secretarias de Saúde do país, o Brasil registrou 23.912 mortes confirmadas por Covid-19. Este número já é o mais alto registrado em apenas um mês desde que se iniciou a pandemia. Em maio, o Rio de Janeiro havia registrado o maior número de mortes do século no estado.


O cálculo para chegar a essa conclusão foi feito com a subtração das mortes totais que ocorreram no dia 30 de junho (59.656) com o total de mortes até o dia 31 de julho, que foram 92.658 até as 20h. Os meses anteriores utilizaram o mesmo método para identificar os números totais. Do dia 1 de julho ao dia 31 de julho foram registradas 31.669 mortes. Segundo os dados da universidade de Oxford, o Brasil registrou mais mortes do que os Estados Unidos (24,6 mil) e a Índia (18,3 mil) no mês de julho.


No Brasil, foram mais que o dobro de mortes do que em todos os países da Europa nos últimos 31 dias, as mortes no país só seguiram aumentando desde que o primeiro caso de Covid-19 foi registrado em solo brasileiro. Em julho, a Europa totalizou 11.448 com os meses de abril e maio como os picos da pandemia. Mais de 160 mil mortes foram registradas pelo novo coronavírus no mês passado por todo o mundo.


O epidemiologista e reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pedro Hallal, diz que a tendência no aumento de mortes mostra o "total fracasso" do Brasil no combate à pandemia. "Não precisava ser assim. Não tem nenhum motivo para um país onde a pandemia chegou em março o quinto mês da pandemia ser o mês com mais mortes. Isso é completamente descabido. Só mostra o total fracasso do Brasil no combate à pandemia", relata Hallal em entrevista ao G1.


Pedro Hallal é quem comanda a Epicovid, que é considerado o maior estudo brasileiro sobre a prevalência do coronavírus, e ele diz que houve uma falha no país nas principais medidas que poderiam impedir a transmissão da doença: a testagem em massa, a ativa busca pelos casos e o distanciamento social. Segundo o epidemiologista, as medidas de restrição no contato social foram um bom início para o Brasil quando implantadas em março e funcionou até abril, porém desde maio a restrição tem ficado mais relaxada. "Se o Brasil continuar não fazendo o distanciamento social nas cidades onde os números ainda estão estabilizados ou crescendo, agosto vai 'ganhar' de julho e vai ser, de novo, o mês com mais mortes", alerta Hallal.


Mas, para o epidemiologista Paulo Lotufo, da Faculdade de Medicina da USP, a avaliação é de que a tendência no número de mortes seja de redução nos próximos meses. Isso se dá devido a Covid-19 não chegar ao mesmo tempo em todos os estados brasileiros, e já é possível notar a diminuição nos casos e óbitos dos estados mais populosos. "Tem ligares muito populosos - Minas Gerais, interior de São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina - que puxam [o número de mortes] para cima. Os outros [lugares] estão caindo, mas eles estão puxando para cima", informa Lotufo ao G1.


Em Pernambuco, o mês de julho foi o mês com menor registro de mortes pela doença desde abril. Em julho, foram 891 mortes pela Covid-19 enquanto que em junho foram 1.573, em maio foram 3.124 e em abril foram 1.064. Uma previsão feita pelo Instituto de Métricas e Avaliação da Saúde (IHME), da Universidade de Washington, nos EUA, ressaltou que Pernambuco poderia chegar a 14 mil mortes pela Covid-19 no início de agosto, felizmente o estado contrariou os dados previstos e também registrou 7 mil vidas salvas.


Nos Estados Unidos, considerado o país com mortes pela doença no mundo, já tem tido queda no número de mortes desde abril. No mês de julho, foram 23.851 mortes, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Entretanto, mesmo com a diminuição de mortes no país, durante julho houve um aumento nas infecções em alguns estados norte-americanos como no Arizona, na Califórnia, na Flórida e no Texas, e assim os governos foram obrigados a repensar na reabertura da economia.


Atualmente, o ranking de mais mortes no mundo segue com os Estados Unidos em 1º lugar, seguido pelo Brasil em 2º lugar e com o México em 3º lugar, de acordo com os dados de monitoramento realizado pela Universidade Johns Hopkins.


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