O presidente continua defendendo o uso da hidroxicloroquina e a não obrigatoriedade da vacinação
Após afirmar que não iria comprar as doses da vacina chinesa (CoronaVac), o presidente Jair Bolsonaro voltou a mencionar o uso do medicamento hidroxicloroquina e outros que também não possuem eficácia comprovada no tratamento contra a Covid-19. Em conversa com seus apoiadores na saída do Palácio da Alvorada nesta segunda-feira (26), o presidente questionou "não é mais barato e fácil investir na cura que na vacina? Ou jogar nas duas, mas também não esquecer a cura? Eu sou um exemplo. Eu tomei cloroquina, outros tomaram ivermectina, outros tomaram Annita e pelo que tudo indica todo mundo que tomou precocemente uma das três alternativas aí foi curado."
Segundo Bolsonaro, não se deve querer adiantar com a vacina e fazer a compra das doses antes da comprovação científica de que possuem eficácia, já que a última vacina que demorou menos tempo para finalizá-la durou quatro anos em sua produção. No entanto, em agosto o próprio presidente assinou uma medida provisória que destinou R$ 1,9 bilhão de reais para que fosse realizada a compra das doses e também da produção da local da vacina de Oxford, que tem sido desenvolvida pela universidade do Reino Unido em parceria com a farmacêutica britânica AstraZeneca e que ainda está em fase de testes.
Bolsonaro também disse aos apoiadores que teria uma conversa com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para rever a questão da obrigatoriedade da vacina. "Hoje (segunda) vou estar com ministro Pazuello para tratar desse assunto, porque temos uma jornada pela frente onde parece que foi judicializada essa questão e eu entendo que isso não é questão de Justiça, é questão de saúde. Não pode um juiz decidir se você vai ou não tomar vacina, isso não existe". No último sábado (24), o presidente postou uma foto com seu cachorro nas redes sociais com a legenda “Vacina obrigatória só aqui no Faísca”.
O Supremo Tribunal Federal (STF) já apresentou ações que obrigam o governo federal a apoiar a compra e distribuir qualquer vacina que seja aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e solicitando que seja obrigatório se vacinar contra a Covid-19 assim que a vacina for registrada.
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