Ataque aéreo de Israel deixa 33 mortos na cidade de Gaza

O ataque realizado na madrugada deste domingo (16) deixou 33 mortos, entre eles 13 crianças

Foto: Ashraf Abu Amrah / Reuters

Os ataques aéreos israelenses realizados na madrugada deste domingo (16) atingiram um arranha-céu que abrigava organizações midiáticas, além disso houveram bombardeios na faixa de Gaza. O total de mortos, de acordo com autoridades de saúde da cidade, é de 33 pessoas, incluindo 13 crianças. Esse é considerado o ataque mais letal executado desde que o conflito teve seu início, há uma semana.

No prédio se encontravam os escritórios da Associated Press (AP), dos Estados Unidos, e da emissora Al Jazeera, do Catar. Em uma entrevista concedida ao Reuters, o porta-voz militar de Israel, Jonathan Conricus, garantiu que o alvo do ataque não eram as organizações midiáticas, mas sim a inteligência do Hamas (Movimento de Resistência Islâmica) que se hospedava no mesmo edifício. Para justificar a destruição de todo o prédio, Conricus disse à Reuters: "Não havia como derrubar apenas as instalações do Hamas que estavam no prédio. Eles ocuparam vários andares do prédio e era impossível derrubar apenas esses andares. Foi considerado necessário para demolir todo o edifício. " O proprietário do edifício afirmou ter sido avisado do ataque pelos israelenses, que ordenaram a evacuação de civis do local.

Do outro lado, foguetes foram disparados por militantes palestinos contra Israel, o exército afirmou ter sido a onda mais intensa de lançamentos já sofrida em seu território. O conflito recente entre israelenses e palestinos se agrava violentamente e não mostra nenhum sinal de melhora. Segundo dados divulgados pelas organizações de saúde, o total de mortos desde segunda-feira (10) chegou a 145 em Gaza e 10 em Israel. Uma garota palestina de 10 anos se emocionou ao falar com a agência de notícias Middle East Eye (MEE) logo depois que os ataques aéreos destruíram a casa de seus vizinhos, veja o vídeo e a tradução a seguir:

No vídeo, a menina diz “Eu estou sempre doente. Eu não sei, eu não posso fazer nada, você vê isso tudo. O que você espera que eu faça, conserte isso? Eu só tenho 10 anos. Eu nem consigo mais lidar com isso. Eu só queria ser uma médica ou qualquer coisa para ajudar meu povo, mas eu não posso. Eu sou só uma criança. Eu nem sei o que fazer. Eu fico com medo, mas não muito. Eu faria qualquer coisa pelo meu povo, mas eu não sei o que fazer. Eu só tenho 10 anos. Eu só tenho 10 anos. Quando eu vejo tudo isso, eu literalmente choro todos os dias. Eu digo para mim mesma, porque nós merecemos isso? O que nós fizemos para isso? Minha família diz que eles só nos odeiam. Eles não gostam de nós porque nós somos mulçumanos. Porque mulçumanos agem por você desse jeito? Você vê todas as crianças ao meu redor, são só crianças. Porque você enviaria um míssel e mataria elas? Não é justo. Não é justo.”

O primeiro-ministro de Israel declarou que a campanha militar pretende continuar com força total. Diante desse cenário, o Conselho de Segurança das Nações Unidas resolveu se reunir neste domingo para discutir a situação.