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As dificuldades que os estudantes estão enfrentando na quarentena

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    Femme News
  • 25 de jun. de 2020
  • 3 min de leitura

Alunos e seus pais relatam dificuldades para estudar em meio à crise provocada pelo novo coronavírus


Por Andrea Silva


Imagem: Pixels

A quarentena devido ao novo coronavírus amplia o abismo social entre alunos de escolas públicas e privadas e, também, a luta dos pais para os filhos não perderem o ano. Com a perda de emprego, algumas famílias estão sendo obrigadas a retirar os filhos do colégio particular com o risco de perder o ano letivo.


Angélica Pinton, 40 anos, corretora de plano de saúde, mãe do aluno Diego, de 13 anos, o qual está cursando o 7° ano do ensino fundamental no Colégio Silva e Souza, no bairro da Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro, relata sua rotina:


“Meu filho estuda online todos os dias no horário de 09:00 às 12:00. As aulas são ao vivo com o professor de cada matéria. No início foi bem mais complicado, fazer ele entender que não eram férias e sim uma quarentena. Ele assistia às aulas, mas não tinha uma rotina, pra mim também foi um pouco difícil administrar a nova rotina. Então eu e o pai dele conversamos com ele e conseguimos fazê-lo entender a importância da rotina de estudos, nós somos exemplo para ele, criamos uma rotina para trabalhar em casa. Atualmente, já nos adaptamos a rotina, embora ele ainda fique fazendo corpo mole pra estudar de vez em quando. Hoje ele já assiste às aulas, almoça, descansa e faz as tarefas da escola como era feito antes da pandemia”. Ela comenta que a baixa procura por plano de saúde diminui a renda da família, que se desdobra para manter o filho na escola particular.


Isabel, 45 anos, desempregada, mãe da Caroline Mabel de 5 anos, estudante da 1° ano do ensino fundamental no Colégio Santa Clara, localizada no Centro de Canindé, região Norte do Ceará. “Mabel assiste às aulas pelo celular porque ainda não tive condições de comprar um notebook; as aulas são gravadas pelos professores, duas matérias por dia, eu mostro uma parte dos vídeos na parte da manhã e outra na parte da tarde, para não ficar muito cansativo para ela. O colégio disponibiliza as apostilas impressas com exercícios que valem nota, substituindo as provas. Eu trabalho como feirante e devido a quarentena não estou podendo trabalhar. Estou me virando para pagar a mensalidade para ela continuar estudando”.


Juliana, 22 anos, relata a rotina de sua irmã de 15 anos que prefere não ser identificada, cursando o 1° ano do ensino médio no Colégio Estadual Brigadeiro Schorcht, Taquara, zona Oeste do Rio de Janeiro.” De segunda a sexta é passado matérias e exercícios. A maioria é aula já pronta, somente um professor dá aula online. Sua rotina vai de copiar todo conteúdo dado e posteriormente a resolução dos mesmos, após isso é tirado fotos e encaminhado para a plataforma. Todos os trabalhos valem ponto, não é feito chamada. Eu não gosto desse método porque é muito texto copiado e não sinto que os professores têm o esforço para dar aula, pois são aulas prontas de outras pessoas. É possível aprender apenas com algumas matérias”, relata a estudante.


A desigualdade entre educação pública e privada vai aumentar ainda mais. Essa é a conclusão de um estudo do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), que mostra que, com a pandemia, as escolas particulares adotaram rapidamente o ensino à distância (EAD), enquanto os colégios públicos ainda não receberam diretrizes do Ministério da Educação e não possuem os equipamentos e programas necessários para implementar as aulas e provas pela internet.

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