A região enfrenta alta no número de casos de Covid-19, surto de dengue hemorrágica, crise migratória e inundações
Na última terça-feira (16) o governador Gladson Cameli decretou situação de emergência no Acre, além de instituir um comitê de crise.
Nos últimos dias o Estado vem sofrendo um colapso na saúde, com altos números de casos de Covid-19 e um surto de dengue. Além disso, 10 cidades foram afetadas por alagamentos, deixando cerca de 130 mil pessoas desabrigadas, na capital e no interior do Estado. Uma crise migratória também atinge o Estado na fronteira com o Peru.
Enchentes
Na última semana, o Acre sofreu com uma série de tempestades deixando 10 municípios alagados. De acordo com o alerta emitido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a unidade federativa ainda pode permanecer com chuvas fortes. A previsão é de que o volume pluviométrico chegue a 100 mm por dia.
As enchentes são reflexo do que é conhecido por “inverno amazônico”, período de chuvas intensas nas regiões Norte e Noroeste do país, que ocorre nesta época do ano.
Entre os 10 municípios inundados estão: Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Tarauacá, Feijó, Sena Madureira, Santa Rosa do Purus, Jordão, Porto Walter, Mâncio Lima e Rodrigues Alves. Segundo o portal G1, as cidades mais atingidas pelos alagamentos são Cruzeiro do Sul, com 38.048 mil pessoas atingidas, Tarauacá com 28 mil, Rio Branco com 25 mil e Sena Madureira com 17.376 mil atingidos.
No momento, moradores das regiões afetadas foram levados para abrigos provisórios construídos em escolas, igrejas, ginásios, quadras esportivas e barcos, mas ainda existem pessoas desalojadas. Além disso, uma rede de apoio tem crescido nas redes sociais. Civis se reuniram para promover doações de alimentos e itens de higiene básica aos afetados.
Covid-19, dengue e crise migratória
Desde o início do mês de fevereiro o Acre vem sofrendo um colapso no sistema de saúde. As unidades de saúde enfrentam superlotação pelo aumento no número de infectados pela Covid-19 e falta de leitos de UTI. Além disso, a temporada de chuvas que atinge a região propiciou o surto de dengue no Estado, o que agrava ainda mais a situação da saúde pública no local.
Já o município de Assis Brasil (AC), decretou calamidade pública por estar enfrentando uma crise imigratória. Cerca de 450 imigrantes, principalmente haitianos e africanos, ocupam a fronteira com o Peru, que permanece fechada desde o início da pandemia do novo coronavírus. Segundo relatos dos ocupantes, eles estariam indo em direção ao México, na intenção de chegar a outros países, como EUA e Canadá, o Peru seria apenas parte da rota.
Na última terça-feira (16), durante a ocupação de uma ponte que liga os países, segundo o jornal mineiro “O Tempo” , houve conflito entre os imigrantes e as autoridades de fronteira. Policiais peruanos dispararam tiros de borracha e gás lacrimogêneo contra os ocupantes.
Logo após o ocorrido parte dos imigrantes retornou a Assis Brasil, causando superlotação nos abrigos do município. Devido a dificuldade de obrigá-los, o prefeito da cidade, Jerry Correa decretou estado de calamidade pública.
De acordo com a chefe de gabinete da prefeitura, Ivelina Marques, cerca de 100 manifestantes seguem acampados próximos à Ponte da Integração, que faz fronteira com o Peru, a fim de pressionar a passagem.
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