top of page
Foto do escritorCarolina Gandra

Anvisa suspende provisoriamente teste da vacina CoronaVac

Diretor afirma que Anvisa não foi notificada de que a causa da morte do voluntário foi suicídio


Foto: Cadu Rolim/Agência Estado

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu provisoriamente, nesta segunda-feira (9), os testes da vacina CoronaVac, que está sendo desenvolvida contra a Covid-19, por conta de um "evento adverso grave". Nesta terça-feira (10), foi descoberto que suicídio foi a causa da morte do voluntário, e que a Anvisa havia recebido informações “insuficientes” e “incompletas” do Instituto Butantan.


Os policiais militares encontraram o corpo do voluntário de 32 anos no banheiro próximo a ampolas de remédios e seringas, segundo o boletim de ocorrência registrado no dia 29 de outubro, às 16h02, na Zona Oeste de São Paulo.


O diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barros Torres, criticou as informações que os responsáveis pelos testes entregaram para a agência: "Documentos claros, precisos e completos precisam ser enviados a nós, o que não aconteceu. O que recebemos ontem não nos dava nenhuma outra alternativa", defendeu Torres.


"Objetivamente, não havia essa informação (sobre o suicídio) dentre as que recebemos ontem. Quanto a questão de ouvir ou não o Instituto Butantan, não é atribuição da agência tomar essa decisão. Em caso de dúvida, paramos. Pergunto: que mal há em aguardar os documentos? Por que o motivo de correria? Por quê? A ansiedade parece ser maior do que a de todos nós temos aqui na Anvisa que é de fornecer uma resposta", declarou Torres. Entretanto, Dimas Covas relatou que todas as informações foram enviadas à Anvisa.


O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas declarou em entrevista coletiva nesta terça-feira (10) que não poderia dar mais informações sobre o caso, como, por exemplo, se foi um óbito. Entretanto, na segunda-feira (9), o diretor revelou à TV Cultura que o efeito adverso grave se tratava de uma morte.


“O efeito adverso grave, observado em um voluntário, não tem relação com a vacina. Não podemos dar detalhes a vocês porque isso envolve sigilo. Tem aí todo um aspecto ético que nos impede de dar as características do voluntário, ou da voluntária. O que eu afirmo a vocês é que esses dados estão todos de mão da Anvisa, estão todos fornecidos a Anvisa”, declarou Covas.


Dimas Covas defendeu que não há relação do evento adverso grave ocorrido no voluntário com a vacina:“Os dados são transparentes. Por que nós sabemos e temos certeza de que não é um evento relacionado a vacina? Como eu disse, do ponto de vista clínico do caso e nós não podemos dar detalhes, infelizmente, é impossível que haja relacionamento desse evento com a vacina, impossível, eu acho que essa definição encerra um pouco essa discussão", defendeu Dimas Covas, o diretor do Instituto Butantan.


"Não houve nenhuma relação da vacina com o evento adverso grave apresentado", afirmou Jean Gorinchteyn, o secretário estadual de Saúde de São Paulo.


Eventos adversos graves são, de acordo com uma lista revelada pela agência: "morte, evento adverso potencialmente fatal, incapacidade ou invalidez persistente, internação hospitalar do paciente, anomalia congênita ou defeito de nascimento, qualquer suspeita de transmissão de agente infeccioso por meio de um dispositivo médico e evento clinicamente significante".


A Coronavac está sendo desenvolvida pela Sinovac em conjunto com o Instituto Butantan para combater o novo coronavírus. A vacina está na terceira fase de testes, na qual o laboratório Sinovac ainda não possui o registro para aplicar a vacina nos cidadãos.

Comments


bottom of page