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Antirracismo e Instagram: como os criadores brancos de conteúdo estão cooperando com o movimento

  • Foto do escritor: Femme News
    Femme News
  • 12 de jun. de 2020
  • 3 min de leitura

Manifestações ocorrem pelo mundo desde o assassinato de George Floyd, cidadão negro sufocado por um policial branco. No Brasil, os criadores resolveram tomar uma iniciativa pela luta antirracista, abrindo espaço para criadores pretos de conteúdo.


Por Carolina Gandra



No Instagram, ocorre um movimento em que criadores brancos concedem seus perfis para pessoas pretas por um período de tempo, com o objetivo de trazer mais visibilidade para assuntos como, por exemplo, o combate ao racismo. Portanto, conheça alguns criadores envolvidos nesse movimento:


Djamila e Paulo Gustavo

Djamila Ribeiro e Paulo Gustavo. Foto: Reprodução/Instagram

Djamila Ribeiro (@djamilaribeiro1), autora dos livros ‘Lugar de Fala’, ‘Quem tem medo do Feminismo Negro?’ e ‘Pequeno Manual Antirracista’ ocupou o perfil do Paulo Gustavo (@paulogustavo31), ator e humorista brasileiro, no dia 4 de junho.


“Durante esse mês, vamos tratar de relações raciais, de lugar de fala, racismo estrutural e tantos outros temas fundamentais para a sociedade. Vamos discutir como nós podemos impactar na realidade de grupos sociais vulnerabilizados. Vivemos num país cujas desigualdades possuem origens históricas e entender esse processo nos ajuda a pensar o futuro”, informou Djamila. A autora já criou diversas postagens sobre os temas citados.


“Precisamos sim entender o nosso lugar e visibilizar vozes importantes na luta pela igualdade racial. Por isso, eu gostaria de convidar meus colegas e minhas colegas artistas famosas com milhões de seguidores para cederem suas contas no instagram e abrirem ala para as vozes que estão muito tempo silenciadas. É hora do Brasil falar, mas também é hora do Brasil ouvir.”, disse Paulo Gustavo.

Além de autora, Djamila é mestre em filosofia política pela Universidade Federal de São Paulo, coordena a coleção Feminismos Plurais, que publica autoras e autores negros em livros didáticos e críticos. Além disso, ela também é professora de jornalismo ‘contra hegemônico’, em suas palavras, na PUC-SP.



Luciellen e Ellora

Luciellen Assis e Ellora Haonne. Foto: Reprodução/Instagram

Luciellen Assis (@luciellenassis), baiana e criadora de conteúdo digital ocupou a rede social de Ellora Haonne (@ellorahaonne), também criadora, no dia 11 de junho. Luciellen vai postar sobre pautas raciais e também vai mostrar sua rotina e coisas que gosta de fazer. Segundo ela, “além de uma mulher preta, eu sou alguém que não precisa e nem quer falar sobre militância 24 horas por dia”..


“Pessoas pretas podem falar sobre tudo, não apenas sobre pautas raciais. Não nos veja como um simples objeto de pesquisa, mas como indivíduos diversos como qualquer pessoa não negra. Nos olhe com um olhar humanizado. Não perpetuem a desumanização que a colonização usou pra construir esse país. Esse é um ótimo primeiro passo para se tornar uma pessoa antirracista”, continua Luciellen.



Xongani e Jout Jout

Ana Paula Xongani e Julia Tolezano. Foto: Reprodução/Instagram

Ana Paula Xongani (@anapaulaxongani), ocupou a rede social de Julia Tolezano (@joutjout), vlogueira, escritora e jornalista brasileira, no dia 8 de junho.


“E o que eu to fazendo aqui? Ocupando este espaço pra gente fazer conversas importante sobre o momento que estamos vivendo e principalmente pra pensar o futuro (ele me interessa muito). Sempre fiz parte da Família Jout Jout é por isso que escolhi estar aqui, tenho uma admiração extrema por vocês e pela nossa matriarca, a Julia, que eu amo e compartilho a vida!, disse Xongani”.


“Aqui a gente vai ter muito papo bom e importante. Sobre branquitude com a @liliaschwarcz . Sobre pretitude com a @kattiiusciaribeiro e muitas outras coisas que quero contar pra vocês”, continua Xongani.


“Xongani é uma dessas vozes da internet que topou o desafio de transformar uma existência que não agrada, que pensa em soluções e dá uma cutucada elegantérrima nas feridas abertas desse país tão complexo que a gente faz parte. É chegado o dia que alguém vai mexer no meu insta com algum planejamento maduro e pensado, nem acredito! E mal posso esperar pra ver a reação de vocês!”, disse Jout Jout.



Erika e Transdiario

Erika Hilton e Luca Scarpelli. Foto: Reprodução/Instagram

Erika Hilton (@hilton_erika), ativista pelos Direitos Humanos, ocupou a rede social de Luca Scarpelli (@transdiario), publicitário e youtuber, no dia 10 de junho. Além disso, Erika é uma mulher transvestigênere negra que assumiu o cargo de co-deputada estadual no mandato coletivo da Bancada Ativista.


“Quero aproveitar pra te convidar pra conhecer o site da campanha #FortaleçaUmaPessoaTrans (link na minha bio), onde estão reunidas diversas iniciativas de coletivos LGBTs que estão precisando de ajuda, pra ajudar a quem precisa (e nessa interseccionalidade, as transvestigêneres negras são as mais vulneráveis). Acessa lá, doe e compartilhe (...) A gente vai ter tempo de se conhecer e discutir melhor o tema do racismo nesses dias que eu vou ocupar o perfil do Luca. Espero que façamos boas contrições e excelentes destruições daquilo que é ruim!”, disse Erika.


“Acompanhando os movimentos que vem acontecendo, eu percebi como é preciso mais do que estudar e se conscientizar pra ser antirracista. é preciso também ceder o nosso lugar pra amplificar vozes tão importantes de serem ouvidas”, informou Luca.

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