Amazônia: desmatamento atinge 10.129 km²; aumento de 34,4% em relação ao período anterior

Mais de um terço de toda a área desmatada está no estado do Pará

Por Carolina Gandra

Queimadas na Floresta Amazônica - Foto aérea mostra fumaça em trecho de 2 km de extensão de floresta, em Rondônia, no dia 23 de agosto de 2019. Foto: Carl de Souza/AFP

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelou, na terça-feira (9) a taxa de desmatamento para os estados da Amazônia Legal Brasileira (ALB): corresponde a 10.129 km² entre agosto de 2018 e julho de 2019. Refere-se a um aumento de 34,4% em comparação ao período anterior, que registrou 7.536 km² entre os meses de agosto de 2017 e julho de 2018.

A Tabela 1 mostra a distribuição da taxa de desmatamento nos estados da Amazônia Legal Brasileira (ALB), no ano de 2019. Os estados do Mato Grosso, Rondônia, Amazonas e Pará representam 84,56% das ocorrências, as quais estão espacialmente demonstradas no mapa de calor abaixo.

Tabela 1 - Distribuição da taxa por estado da ALB pelo Prodes 2019 Figura 1 - Mapa de calor das ocorrências de desmatamento identificadas no Prodes 2019

Os dados divulgados pelo Inpe, por meio do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), apontaram que o Pará contribuiu 41,19% com o desmatamento. Tocantins e Amapá, com os índices mais baixos, contribuíram com 0,23% e 0,32%, respectivamente.

O Prodes analisa os meses de agosto a julho porque o período inclui épocas de chuva e de seca na região amazônica, sendo possível analisar influências do clima.

Por meio do Prodes, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) realiza o mapeamento com imagens de satélites da ALB e elabora as taxas anuais de desmatamento na região. Esse sistema é usado pelo governo brasileiro, desde 1988, para avaliar e criar políticas públicas que controlem o desmatamento e desenvolver ações voltadas ao tema REDD+.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, REDD+ é a redução de emissões de gases de efeito estufa provenientes do desmatamento e da degradação florestal, considerando o papel da conservação de estoques de carbono florestal, uso sustentável de florestas e aumento de estoques de carbono florestal.

Fonte: http://www.inpe.br/noticias/noticia.php?Cod_Noticia=5465