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Advogado de um dos agressores de Matheus Fernandes afirma que jovem não foi agredido

Vítima de racismo estava indo trocar relógio comprado para o Dia dos Pais na Loja Renner do Plaza Shopping nesta quinta-feira (07)


Por Clara Maria Lino

Os policiais Diego Alves da Silva e Gabriel Guimarães Sá Izaú são investigados por racismo. Imagem: Reprodução

O Plaza Shopping, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio de Janeiro e as Lojas Renner ainda não chegaram à conclusão de quem contratou os serviços particulares dos policiais militares, Diego Alves da Silva e Gabriel Guimarães Sá Izaú, investigados pelo crime de racismo após seguir e agredir o jovem Matheus Fernandes enquanto o entregador de comida tentava trocar um relógio comprado para o dia dos pais na Loja Renner do Plaza Shopping.


O caso aconteceu nesta quinta-feira (07) e causou comoção em todo o Brasil. Ambas empresas negam vínculo empregatício com os PMs. O shopping afirma em nota que afastou a consultoria de segurança contratada.


"Qualquer abordagem de violência é injustificável aos nossos olhares e, mesmo antes da total apuração dos fatos, a administração do shopping afastou a empresa de consultoria de segurança contratada", afirma a assessoria do shopping.


Nesta segunda-feira (10), o portal G1 apurou uma outra denúncia de racismo dirigida ao Plaza Shopping. Desta vez por Thiago Silva em outubro de 2019. O homem afirma que foi abordado por agentes enquanto usava o celular.


Thiago relata que a abordagem ocorreu como se ele fosse suspeito de um crime. O rapaz afirma que os homens se identificaram como policiais. Thiago diz ao G1 que próximo a ele, um homem branco fazia o mesmo, mas não foi incomodado.


A vítima de racismo decidiu denunciar a ação dos policiais no shopping após ver o que aconteceu com Matheus Fernandes. "Eu lembrei de tudo o que aconteceu comigo, no shopping. Eu fiquei indignado. Um sentimento de ódio e tristeza, devido ser uma pessoa escura, negra", disse Thiago ao G1.


Já a Renner relata que as investigações indicam não haver responsabilidade com relação ao episódio.


"A Renner, em solidariedade ao seu cliente, também se colocou à disposição da família para acompanhar o caso. E reafirma que lamenta profundamente a agressão sofrida pelo Matheus. As investigações estão confirmando que a Renner não tem qualquer responsabilidade em relação ao episódio. A empresa reforça que não compactua com qualquer forma de violência e discriminação", afirma a marca.


Para a advogada Leticia Ribeiro, o caso depende da interpretação do juiz, mas que a Renner tem responsabilidade no caso.


"Apesar da Renner afirmar que não tem qualquer responsabilidade no caso em questão e não compactuar com casos de violência e discriminação, o fato ocorreu dentro das dependências da loja. Não houve qualquer ação do segurança uniformizado da Renner que aparece nas imagens ou de algum funcionário que garantisse a integridade física do consumidor, mesmo ele apresentando o produto da troca junto com a nota fiscal", relata a advogada.


Nesta segunda-feira (10), os agressores prestaram depoimento na 37ª DP da Ilha do Governador por aproximadamente duas horas. Ao saírem do local, o advogado Ricardo Chagas que defende Gabriel Izaú afirmou que não houve agressão.


"Vocês vão ver que não foi nada daquilo que aconteceu. É porque, na verdade o garoto (Matheus) estava filmando ele (Gabriel). Ele (Gabriel) se sentiu constrangido e foi saber o que estava acontecendo. Só isso", afirma o advogado Ricardo Chagas.


O agente Diego da Silva é soldado do Batalhão de Choque. Já Gabriel Izaú é sargento do programa Segurança Presente. O advogado de Gabriel disse que o PM mora na Ilha, mas não soube afirmar o que o cliente estava fazendo no shopping naquela noite.


A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) afirma que aguarda a comunicação formal do Ministério Público para adotar medidas administrativas cabíveis ao caso.


O advogado Ricardo Chagas afirmou que Gabriel Izaú presta consultoria para a empresa contratada pelo shopping, mas que o agente não trabalha para o grupo de segurança. Ricardo ainda afirma que seu cliente não levou o jovem para a escada de incêndio.


"Não levou para a escada. Não houve, eles caíram. Na hora que ele (Gabriel) tirou ele (Matheus) da passagem, ele (Matheus) esbarrou e caiu", disse o advogado.


Confira parte do vídeo da agressão:


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