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25 de Julho, dia do escritor

  • Foto do escritor: Femme News
    Femme News
  • 25 de jul. de 2020
  • 7 min de leitura

Dia de celebrar aqueles que nos dão asas para voar


Por Luana Gomes


Hoje é dia de celebrar a profissão de quem nos ajuda a atravessar inúmeras possibilidades. Nos permite experimentar emoções extremas. Sentir amor, dor, empatia, tristeza, risos de doer a barriga.


Com um toque de dom, criatividade, bloqueio e pesquisa, é quase uma receita certa, para se fazer um escritor. A escrita que faz parte da nossa cultura, nomes como, Clarice Lispector, Machado de Assis, Guimarães Rosa, Jorge Amado, Graciliano Ramos, Chico Buarque, Carlos Drummond de Andrade, Oswald de Andrade e muitos mais, que fazem nosso Brasil ser conhecido em território internacional.


Por conta da polarização política, que gerou dúvidas e conflitos, acabou resultando em mais interesse sobre livros políticos. Em 2019, uma pesquisa publicada por uma empresa de mediação editorial, foram vendidos em média, 30 mil livros, diferente da primeira pesquisa feita em 2013, que apontava uma média de 10 mil livros vendidos.


Durante o período de isolamento social, com um maior número de pessoas em casa, a procura por produtos culturais, teve um aumento. Um dos locais mais afetados pelo novo coronavírus, a Espanha, também teve esse crescimento


O crescimento mais notório foram pelos e-books (livro digital), 50% só no mês de março, em comparação com 2019.


Infelizmente esse cenário não se repete em território nacional. Segundo a SNEL (Sindicato Nacional de Editores de Livros), houve uma queda de 4,09% no volume de vendas, entre o dia 29 de fevereiro e 24 de março.


Com o avanço cada vez mais forte da tecnologia, os autores que vislumbram publicar suas obras, em grandes editoras, encontram a possibilidade de realizar seu sonho, com plataformas digitais de leitura, como Wattpad, Widbook,Amazon (Kindle Direct Publishing), onde é possível publicar e ler histórias, podendo ou não, ter um retorno financeiro.


Para falar um pouco mais sobre a profissão, Pamela Gonçalo e Tamires Barcellos, foram convidadas pelo site.



Pamela Gonçalo, a jovem de 24 anos, escritora de High Fantasy, da Zona Norte do Rio de Janeiro, tem seu primeiro livro escrito, prestes a ser publicado



Femme News: Em qual momento e por que, a escrita entrou na sua vida?


Pamela Gonçalo: A escrita entrou na minha vida quando eu tinha uns 11 anos. Eu sempre gostei de inventar histórias. Eu morei numa vila em que só tinha eu de criança por um longo tempo, meus irmãos era bem mais velhos, e eu não tinha com quem brincar, então, passei a inventar histórias, coisas bobas, de criança. Com 11 anos, eu comecei a escrever de verdade. Muito porque eu sentia tanto, não sabia como lidar com meus próprios sentimentos, então, pra poder entendê-los, eu escrevia. Depois, vieram os personagens. Não dá pra explicar, eles simplesmente apareceram pra mim, um dia, me pedindo que contasse suas histórias. Parece louco, eu sei, risos, mas, eram como reflexos. Reflexos do que eu pensava que eu poderia ser, do que os meus arredores poderiam ser.



Femme News: A tecnologia de alguma maneira, mudou a forma da sua escrita? Utilizava papel para escrever suas histórias ou sempre usou aparelhos tecnológicos?


Pamela Gonçalo: Eu só fui ter acesso a um computador em casa com 15 anos, isto é, no ano de 2011. Muito já tinha mudado no mundo, certo? Mas eu só fui ter acesso a internet e tudo isso, em 2011. Antes, eu escrevia em papel mesmo, na mão. A primeira versão de Descendentes (seu primeiro livro) foi escrita toda na mão.

Poder ter acesso a algo que facilita e muito a escrita é incrível, porque dá mais rapidez a algo que demoraria mais. Contudo, ainda escrevo cenas e momentos importantes a mão e depois passo pro notebook.



Femme News: Você enquanto escritora, encontra muitas mulheres escrevendo o gênero que você escreve? Acredita ser um “território” majoritariamente masculino ou algo mais equilibrado?


Pamela Gonçalo: Escrevo fantasia (High Fantasy, na real) que é um gênero majoritariamente masculino. Agora que começamos a ter mais mulheres nesse gênero, com a Sarah J Maas, Holly Black, etc. Apesar de ter muitas mulheres na fantasia urbana (aquela fantasia que se passa em nosso mundo, sabe? Tipo, Crepúsculo, Shadowhunters, etc), o High Fantasy que é a fantasia mais densa, com criação de mundo, é um campo mais masculino. Quando falamos em High Fantasy já vem a mente Tolkien, Sanderson, Robert Jordan, George Martin. É difícil encontrar mulheres. Hoje, conseguimos conquistar um pouco de espaço, mas, ainda é difícil. Já reparei que sempre cobram mais da mulher se há algum erro de criação de mundo. Um exemplo, muitas pessoas apontam pras obras da Sarah J Maas não ter representação racial, mas o mesmo acontece nos livros do Martin, por exemplo. Mas quem leva a culpa? A mulher. Não só isso, mas, no Brasil, raramente se vê um escritor de high fantasy. Não temos um, assim, que podemos dizer, ah, revolucionou. Não é um gênero muito conhecido no Brasil e, acredito que, pra mulheres, seja ainda mais difícil



Femme News: Quais obras te marcaram? E quais autores te marcaram?


Pamela Gonçalo: Harry Potter, O Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda e Orgulho e Preconceito. Meus autores que marcaram pra mim foram Jane Austen, J.K Rowling e J.R.R Tolkien



Femme News: Qual é o maior desafio de escrever seu gênero?


Pamela Gonçalo: Acho que o maior desafio de escrever meu gênero é a criação de mundo e ter o cuidado de fazer algo novo. Muitas das histórias de fantasia levam os mesmos clichês (não que eu me importe, eu amo, risos), mas fazer uma criação de mundo única e jamais vista é bem difícil - todos nós bebemos, de alguma forma, da fonte de outros autores.



Femme News: Existe uma depreciação sobre quem escreve high fantasy, de quem escreve outros gêneros?


Pamela Gonçalo: Não acho que depreciação, mas, acredito que tenha menos interesse da população. Tipo, os livros de High Fantasy as pessoas preferem mais os internacionais, do que os nacionais. E a fantasia em si sofre um pouco de preconceito literário de algumas pessoas que acham que é obra "para crianças"



Femme News: Liste 3 obras que são o seu xodó:


Pamela Gonçalo: “Você tá me pedindo pra escolher entre meus filhos, Luana? Risos” Harry Potter, Persuasão e as Brumas de Avalon (hum. curiosamente, todos são escritos por mulheres)



Femme News: Por fim, nos momentos em que a mente não produz, o que costuma fazer? Você tem alguma solução?


Pamela Gonçalo: Não forçar. Eu sempre coloco de escrever um pouco todo dia, porque, mesmo que algo eu considere ruim, eu produzi e posso voltar amanhã e rever e achar algo bom. Contudo, quando eu encontro uma "parede", que é como eu chamo meus bloqueios, eu gosto de me perder em outras coisas. Assistir uma série, um filme, um dorama (drama coreano), ler um livro, sair pra passear e ver os arredores. Algo que distraia do presente problema e acaba vindo uma solução. Algo que faço bastante também é ouvir música e prestar atenção na letra. Às vezes, encontro respostas pra ações e sentimentos dos meus personagens nelas.



Agora, para finalizar a matéria com Tamires Barcellos, a jovem escritora de romances, de 22 anos, da Baixada Fluminense do Rio de Janeiro, que já teve suas obras, no top 10 como e-books mais vendidos da Amazon.


Femme News: Em qual momento e por que, a escrita entrou na sua vida?

Tamires Barcellos: A escrita entrou na minha vida no mesmo momento em que os livros, quando eu tinha 12 anos. Eu comecei a ler muitas fanfics e livros de romance e comecei a pensar nas minhas próprias histórias, quis dar vida aos meus personagens e resolvi me arriscar. Ainda bem que deu certo!

Femme News: De que forma você se sente realizada com a escrita

Tamires Barcellos: Eu me sinto realizada de várias formas. Quando minhas leitoras me procuram falando que gostaram do livro, que estão apaixonadas pelos personagens, quando recebo mensagens, quando me dou conta de que consigo me sustentar com o meu trabalho. São infinitas formas e todas elas me deixam muito feliz.

Femme News: A tecnologia de alguma maneira, mudou a forma da sua escrita? Utilizava papel para escrever suas histórias ou sempre usou aparelhos tecnológicos?

Tamires Barcellos: Eu nunca escrevi a mão. Sempre escrevi no computador, primeiro no que tinha aqui em casa e era de uso geral, depois quando ganhei meu primeiro notebook aos 15 anos. Nunca consegui escrever à mão, as ideias fluem melhor quando estou de frente para a tela do computador.

Femme News: Seu gênero é escrito e lido, majoritariamente por mulher, do outro lado, como é a recepção das suas obras, pelo público masculino? Existe um feedback?

Tamires Barcellos: Já recebi feedback masculino e é sempre surpreendente. É muito legal quando um homem ler um romance e reconhece que gosta do gênero, se desprende do preconceito que existe na sociedade sobre essa ser uma literatura exclusivamente feminina. Todos os que já entraram em contato comigo, expressaram se apaixonaram pelo livro e pelos personagens. Fico muito orgulhosa e feliz quando isso acontece.

Femme News: Pra você, quais são os benefícios de ser uma escritora independente?

Tamires Barcellos: O maior benefício é ter a liberdade de criar sem pressão. É poder dar um preço para o meu trabalho, ter a certeza de que seu livro vai chegar de um modo mais fácil e simples nas mãos dos leitores.

Femme News: Quais obras te marcaram? E quais autores te marcaram?


Tamires Barcellos: Muitas obras me marcaram, seria difícil colocar todas aqui, mas vou citar junto com os autores que também me marcaram demais: a série The Hades Hangmen da autora Tillie Cole e “É Assim que Acaba”, da autora Colleen Hoover.



Femme News: Qual é o maior desafio de escrever seu gênero?


Tamires Barcellos: O maior desafio é reinventar os clichês. Fazer do seu livro algo único, mesmo que o tema central já tenha sido explorado em algum outro livro.



Femme News: Existe uma depreciação sobre quem escreve romance, de quem escreve outros gêneros?


Tamires Barcellos: Existe sim, muitos acham que romance não é literatura de verdade, que não engrandece o pensamento, que é apenas entretenimento, o que não é verdade. Qualquer livro, de qualquer gênero, pode passar algum tipo de conhecimento, mesmo que nele tenha um casal se envolvendo amorosamente como foco principal.



Femme News: Liste 3 obras que são o seu xodó:


Tamires Barcellos: A “Gift of Time”, “É Assim que Acaba”, “Souls Unfractured”



Femme News: Nos momentos em que a mente não produz, o que costuma fazer? Você tem alguma solução?


Tamires Barcellos: Eu gosto de me afastar do computador, ler um livro, ver um filme, ouvir música, fazer alguma coisa que me distraia e me tire da pressão de criar e escrever.



*Fontes:brasildefato.com.br

nexojornal.com.br


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