A data é comemorada desde 2015, sob liderança da UNESCO e ONU, e celebra os feitos de mulheres de todas as idades na ciência
Por Yngrid Alves
No dia 11 de fevereiro é comemorado o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. Ainda com tantos estereótipos e preconceitos a serem enfrentados, mulheres de todas as idades e fenótipos respondem a essa opressão com feitos essenciais e eficazes para o desenvolvimento do mundo.
Durante 327 anos – de 1500 a 1827, a educação brasileira era exclusiva aos homens. Mulheres brancas, negras, indígenas, ricas ou pobres, de qualquer faixa etária, eram proibidas de estudar. Tal exclusão se deu pelo machismo, ainda mais abrangente naquela época, que tirava seus direitos como cidadãs. Muitas vezes, para escapar desse analfabetismo, se refugiavam em conventos, onde ofereciam educação.
Contudo, com a ascensão gradativa dos movimentos feministas, as mulheres reivindicaram seus direitos e conseguiram acesso à educação para ajudar na transformação e desenvolvimento da história. Porém, é essencial que façamos um recorte racial uma vez que os direitos conquistados por mulheres negras foram possíveis tempos depois das mulheres brancas. Até os dias de hoje, a população feminina negra ainda é minoria em cargos elevados.
Além disso, embora a sociedade tenha progredido na questão da inclusão da mulher à educação, elas ainda representam menos de 30% dos pesquisadores do mundo, de acordo com o Instituto de Estatísticas da UNESCO. Há, assim, uma caminhada muito longa a fim de extinguir a banalização social das habilidades profissionais da mulher.
Entretanto, hoje celebra-se a vida, o esforço, o trabalho, a inteligência e a força de mulheres e meninas cientistas, e também as futuras, que lutam cada dia contra essa opressão ao mesmo passo que entrega evoluções essenciais para a vida. Confira abaixo relevantes pesquisadoras que foram importantes para a saúde do Brasil e do mundo, e também a nova geração de cientistas que já fazem jus ao seu nome:
Nise da Silveira
Responsável pela humanização de pacientes com doenças mentais, Nise oferecia artefatos de pintura como pincéis, tintas e tela branca para que eles pudessem se divertir e distrair a mente da turbulência que já continha ali. Citada na lista do SBPC por esse feito, foi indicada ao prêmio Nobel.
Ruth Nussenzweig
Pioneira nos estudos de imunizantes contra Malária. Ruth recebeu a Ordem Nacional do Mérito Científico em 1998 pela sua contribuição à ciência.
Jaqueline Goes de Jesus, Ingra Morales, Flávia Salles, Ester Sabino e Erika Manuli
Biomédicas e pesquisadoras que, juntas, sequenciaram o genoma do vírus da Covid-19 na América Latina em seu primeiro caso de infecção. O resultado saiu em apenas 48 horas.
Gitanjali Rao
Com apenas 15 anos, ela criou o Kindly, um aplicativo que, por meio de inteligência artificial e reconhecimento de palavras, ajuda a detectar bullying na internet. Rao ganhou o prêmio de “Criança do Ano” da revista Times por seu feito.
Juliana Davoglio Estradioto
Desenvolveu um filme plástico biodegradável a partir do resíduo agroindustrial do maracujá. A inovação reduz a poluição causada pelos sacos plásticos convencionais, se decompõe em 20 dias e não precisa ser retirada no momento do plantio. Juliana ganhou o 1° lugar no Prêmio Jovem Cientista (PJC) em 2018 na categoria do Ensino Médio.
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