Setenta e três países declaram estoque de medicamentos para HIV esgotados
- Femme News
- 14 de jul. de 2020
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Pandemia do Novo Coronavírus afeta o transporte e o acesso a serviços de saúde para o tratamento de combate ao vírus
Por Clara Maria Lino

Ao todo 73 países declararam a Organização Mundial de Saúde (OMS) estoques zerados dos medicamentos anti-retrovirais para tratamento do HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana). Outros 24 países afirmaram declínio dos estoques a níveis críticos ou alternativas no suprimento dos remédios. A falta de acesso a serviços de saúde, a incapacidade de abastecimento por parte dos fornecedores e o transporte são uma das causas dessa escassez. Além das medicações, serviços de testagem e prevenção que não estão atingindo os grupos mais necessitados.
De acordo com a OMS, o principal motivo deste problema se deve a pandemia do Novo Coronavírus que já matou mais de 73 mil pessoas em todo o Brasil. Ainda segundo a organização, uma pesquisa realizada em maio deste ano apontou que uma interrupção de seis meses no acesso aos medicamentos anti-retrovirais pode resultar no dobro de mortes relacionadas ao HIV somente na África Subsaariana.
Para a OMS, os países devem fornecer medicamentos por vários meses, limitar as interrupções e desenvolver políticas que permitam a prescrição dos anti-retrovirais por períodos mais longos de até seis meses. Ao todo, 129 países já adotaram este método. No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda que estados e municípios ampliem os períodos para até três ou quatro meses.
É importante lembrar que ainda não existe a cura definitiva para o HIV, mas este tratamento não só controla o vírus como impede a transmissão sexual para outras pessoas. O UNAIDS, programa de combate ao HIV da Organização das Nações Unidas, define o vírus como algo que se espalha através de fluidos corporais e afeta células específicas do sistema imunológico, conhecidas como células CD4 ou células T. Sem o tratamento, o HIV afeta e destrói essas células, torna o organismo incapaz de lutar contra infecções e doenças. Este comportamento do corpo é conhecido como AIDS. Ou seja, a infecção por HIV leva à AIDS.
"As conclusões desta pesquisa são profundamente preocupantes. Os países e seus parceiros de desenvolvimento devem fazer o máximo para garantir que as pessoas que precisam de tratamento contra o HIV continuem tendo acesso a ele. Não podemos permitir que a pandemia do COVID-19 reverta as conquistas realizadas com muito esforço na resposta global a esta doença”, disse o Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.
Com relação aos cuidados e recomendações para pessoas que vivem com HIV neste período de pandemia, o Ministério da Saúde relata que as recomendações são as mesmas já indicadas para a população no geral: higiene frequente das mãos com água e sabão ou álcool gel (70º); evitar o toque das mãos no nariz, boca e olhos; evitar contato com pessoas doentes; cobrir a boca e nariz ao espirrar, com o cotovelo flexionado ou um lenço descartável; ficar em casa e evitar contato com pessoas quando estiver doente; limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
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