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Queda recorde na renda dos trabalhadores diminui taxa de consumo brasileiro

Segundo IBGE, esta é a maior queda já registrada desde o início da contagem, em 2012


Por Ana Modesto

Foto: Reprodução/Metro Jornal

Nos últimos 12 meses, a soma dos rendimentos de todos os trabalhadores teve queda recorde e se concentrou, especialmente, no momento pandêmico (de fevereiro a junho), onde a redução de salários chegou a 15,4%, já sem a inflação. A taxa atinge mais uma queda recorde desde o início de sua contagem pelo IBGE, em 2012, e esta não é primeira deste ano.


Atualmente, os ganhos laborais representam, aproximadamente, 70% do orçamento das famílias brasileiras e, mesmo assim alcançou apenas R$ 34 bilhões na economia nos últimos quatro meses.


Diante dos baixos investimentos governamentais e das incertezas das empresas privadas, a solução encontrada por especialistas é o aumento do consumo, porém, as quedas salariais desanimam os possíveis consumidores de investirem em novas aquisições, ilustrando um mercado consumidor ainda mais paralisado e uma frustração das expectativas de uma futura recuperação da economia.


O auxílio emergencial foi um dos responsáveis por um freio na queda do consumo brasileiro, que atingiu 65 milhões de cidadãos e se mostrou muito útil nesse período. Segundo o IBGE, o auxílio foi um dos propulsores na melhora nos números do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, que tinhas expectativas ainda piores para o sistema.


De acordo com uma pesquisa de Marcos Hecksher, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a motivação da queda histórica na renda total dos trabalhadores assalariados provém tanto de cortes salariais feitos em acordos Trabalhador/Empresa que reduz jornada de trabalho e, por consequência, os seus salários , como também por demissões em massa ocorridas neste período. Por conta disso, há uma queda de 3,8% no rendimento médio do trabalhador brasileiro e regresso de 12,1% no número de empregados, o que, segundo especialistas do ramo, será um dos maiores obstáculos para a retomada da economia.


No período de fevereiro a junho, mais de 11 milhões de vagas foram fechadas, mesmo com a utilização do home office por diversas empresas. Ainda segundo Hecksher, a dificuldade de possuir os recursos digitais necessários para este modelo de trabalho retrai as possibilidades de diversos trabalhadores que só possuem a sua força laboral como recurso. Os mais atingidos pelo desemprego foram, principalmente, jovens de 18 a 24 anos e trabalhadores informais. O índice de jovens a partir dos 14 anos empregados reduziu de 51,8% para 42,8%, se comparado com o segundo trimestre de 2019.


André Vicente, CEO da Adecco do Brasil, que trabalha com consultoria de recursos humanos em 60 países, declara uma redução de 70% nas vagas temporárias oferecidas pelo Brasil, como também afirma uma retração de até metade na oferta de vagas temporárias desde março (início da pandemia).


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