Embora seja invisibilizado, a dificuldade é real e permanece sendo ignorada pelos governos
Você sabe o que é pobreza menstrual? Recentemente, esse termo tem ganhado maior visibilidade e traz à tona um problema enfrentado por milhões de pessoas no Brasil e no mundo. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), uma a cada quatro jovens não terá dinheiro para comprar absorventes durante o período menstrual em alguma época da vida.
Menstruação. Por que não a chamamos pelo nome? Por que dizer que está menstruada causa tanta repulsa e desconforto? Infelizmente, apesar de ser um processo natural, o assunto ainda é um tabu. Somos ensinados a vê-la como algo impuro, sujo. A consequência disso é a desinformação, que impede o entendimento de coisas fundamentais, como a saúde íntima, as fases do ciclo menstrual, a fertilidade, entre outras coisas.
No Brasil, estima-se que uma a cada quatro meninas já faltou aula por não ter itens de higiene íntima. Com a falta do absorvente, muitas recorrem ao papel higiênico, tecidos velhos, algodão e até miolo de pão. Entretanto, esses “substitutos” podem causar infecções e inflamações sérias, além de poder prejudicar a fertilidade.
Infelizmente, menstruar custa caro. Calcula-se que quem menstrua gasta cerca de R$6000 em absorventes ao longo do período fértil da vida. Isso considerando um gasto mensal de R$12,00 por mês. Pessoas presas, em situação de rua e refugiadas são as mais vulneráveis nesse cenário, pois a maioria dos kits de higiene é montada seguindo o padrão masculino, ou seja, desconsiderando a particularidade do corpo feminino.
Ainda em 2021, o Brasil não tem políticas públicas voltadas para atender essa necessidade tão urgente. A distribuição de absorventes e coletores menstruais, em sua maioria, é realizada por organizações não governamentais (ONGs) e por instituições privadas. Essas iniciativas ajudam muitas mulheres e homens, mas não chegam perto de suprir a necessidade nacional.
Para entender mais sobre o assunto, o Femme News indica o documentário “Absorvendo o Tabu”, ganhador do Oscar de melhor documentário de curta-metragem, disponível na Netflix.
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