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Foto do escritorJessica Mesquita

Nordeste concentra a maior quantidade de leitores, diz pesquisa

Os dados revelam que em todo o Brasil, a classe C detém, sozinha, 49% dos leitores, contra apenas 4% dos mais ricos.

Foto: Pixabay

Uma pesquisa realizada pela 5ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, do Instituto pró-livro e divulgado em primeira mão pela Revista VEJA, revela que entre as dez capitais brasileiras que mais leram em 2019, cinco delas ficam no Nordeste.  


Na campeã João Pessoa, capital da Paraíba, 64% da população é considerada leitora, seguida por Curitiba, com 63%, Manaus, com 62%, Belém, 61%, e São Paulo, 60%. Os dez primeiros lugares do ranking ficam completos com Teresina (59%); São Luís (59%); Aracaju (58%); Salvador (57%); e Florianópolis (56%), respectivamente. 


Para chegar ao resultado, o órgão consultou mais de 8.000 pessoas em todos os estados brasileiros, entre outubro de 2019 e janeiro de 2020, considerando leitor quem leu ao menos um livro nos três meses que antecederam a pesquisa. 


Os dados revelam que, entre os pessoenses, por exemplo, 75% dos leitores pertencem a classe B ou C, enquanto a classe A representa 8%, situação que se repete no contexto geral. Em todo o Brasil, a classe C detém, sozinha, 49% dos leitores, contra apenas 4% dos mais ricos. Esse resultado se dá mais ao fato de a classe A ser a minoria no país do que a um baixo índice de leitura. Em um comparativo proporcional, embora tenha registrado a maior queda percentual de 2015 para 2019, 67% da classe A declarou-se leitora, contra 63%, 53% e 38% nas classes B, C e D/E, respectivamente. 


De acordo com essa pesquisa a proposta de taxação de livros do ministro Paulo Guedes pode aumentar ainda mais a diferença de acesso entre as classe sociais e afetando negativamente o mercado editorial. Desde 2004, vigora uma lei que desonera a indústria do livro. 


A proposta de Guedes, no entanto, quer extinguir os benefícios em troca da colaboração com a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). Se aprovada, o governo passará a arrecadar 12% sobre a receita bruta das editoras. Na prática, a cobrança impactará sobretudo livros didáticos e religiosos, como a Bíblia, já que dois em cada três livros produzidos no Brasil são dessas categorias.


Caso isso aconteça, os livros ficarão mais caros, o que ameaça o consumo das classes C e D/E, que correspondem a 70% dos leitores do país. A isenção aos materiais para leitura, sobretudo os títulos didáticos, é uma forma de levar educação e cultura a todos os brasileiros, independentemente de sua classe social. Além disso, há outro terrível efeito colateral: a elitização do acesso à leitura no país. 




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