Adolescentes de 16 e 17 anos das camadas A e B estudam 64% mais horas do que os da classe E
Nesta terça-feira (20) foi divulgado uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre o tempo total dedicado dos alunos ao estudo durante a pandemia. Adolescentes de 16 e 17 anos das camadas A e B estudam 64% mais horas do que os da classe mais pobre, é o que mostra estudo da FGV Social, com dados do IBGE. Quanto mais velho é o estudante, menor é o tempo dedicado para o estudo remoto. Os adolescentes de 16 e 17 anos matriculados se dedicam mais ao ensino remoto, mas sofrem com uma maior evasão escolar.
A pesquisa feita por Marcelo Neri e Manuel Camillo Osorio mostra que os estudantes mais ricos dedicam 3h20min diárias, em média, em aulas à distância ou fazendo atividades propostas pela escola. Já os mais pobres, 2h02min. Há também um salto relevante a partir dos 18 anos, com queda do tempo para escola de 2,34 para 0,95 horas/dia. A análise por estrato de renda mostra que quanto mais pobre é o indivíduo, menor é a frequência na escola, menor a quantidade de exercícios recebidos e, pra piorar, menor o tempo dedicado aos exercícios recebidos.
Os alunos mais pobres são 633% mais afetados pela falta de oferta de atividades escolares que os alunos mais ricos. Conclui-se que a desigualdade de oportunidades e de resultados educacionais aumentará durante a pandemia, quebrando tendência histórica de décadas.
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