Prevista para o dia 25 de junho, a série “Colônia” contará a história do Hospital Colônia de Barbacena (MG)
Depois de se tornar peça, documentário e até um episódio no podcast "Café com crime", a história do livro "Holocausto Brasileiro", escrito pela jornalista Daniela Arbex, irá estrear como série na GloboPlay e no Canal Brasil. Com direção e produção do cineasta André Ristum, a série tem estreia prevista para o dia 25 de junho, um ano após o anunciado que seria em 2020.
Com grandes nomes no elenco, a trama irá contar a história de Elisa, vivida por Andreia Horta, uma ex-prostituta que foi parar no manicômio sem qualquer justificativa. Assim como o personagem de Arlindo Lopes Jr., Gilberto, um jovem gay que é enviado ao hospital pela própria mãe, sem nenhum conhecimento sobre o local, depois do pároco da cidade indicar um tratamento de cura gay ao rapaz, como uma forma de que ele encontre a salvação. Em entrevista ao GQ do jornal O Globo, o ator disse que foi uma experiência difícil interpretar o personagem e colocar em cena o que foi vivido por tantas pessoas no manicômio. "Me bateu uma tristeza por imaginar que milhares de pessoas morreram em condições horrorosas e a única coisa que pude fazer foi ficar em silêncio e chorar. O que aconteceu no Colônia foi uma enorme tragédia, um holocausto”, relatou Arlindo Lopes. Além deles, o elenco conta com Du Moscovis, Augusto Madeira, Adriana Lessa, Paulo Américo, Fernanda Marques, Marco Bravo e Lulu Pavarin.
O livro Holocausto Brasileiro revela a história do que aconteceu no Hospital Colônia de Barbacena, em Minas Gerais, com relatos de ex-pacientes e ex-funcionários. O manicômio funcionou por 50 anos sem qualquer intervenção ou punição do Estado, tirando a vida de mais de 60 mil pessoas que sobreviviam em meios a maus-tratos, torturas, fome e frio, sendo tratados com choques elétricos, deixados sem vestimentas e serviços análogos à escravidão, dando significado ao título do livro já que toda a realidade era semelhante a um campo de concentração. Estima-se que 70% dos internados sequer tinham algum transtorno mental, entre eles idosos e crianças, e que hoje não chegam a 200 sobreviventes que escaparam do hospital após o seu fechamento. Daniela Arbex também é autora de Todo dia a mesma noite, Cova 312 e Os dois mundos de Isabel.
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