Confira 10 termos usados nos dias atuais que ainda remetem à escravidão
Na próxima sexta-feira (20), é feriado nacional do Dia da Consciência Negra e, com isso, o Femme News achou importante separar uns termos para você ressignificar na hora de falar. A escravidão foi um capítulo muito marcante na história do Brasil e a influência desse período ainda é presente, inclusive, no vocabulário da língua portuguesa. Por isso, confira algumas expressões comumente usadas para não repeti-las.
1. “A coisa tá preta!”: Expressão, que poderia facilmente ser trocada por “a situação está difícil”, associa o “preto” a algo desconfortável, desagradável, difícil e até perigoso.
2. Criado-mudo: Substitua por mesa de cabeceira, pois o termo vem de uma das funções dos escravos: o de segurar as coisas para seus senhores, geralmente enquanto eles dormiam. Como o empregado não podia fazer barulho para atrapalhar os moradores da casa, ele era considerado mudo.
3. Da cor do pecado: Expressão usada como elogio sensualizando a mulher negra. E em uma sociedade pautada na religião, como a brasileira, pecado é algo negativo. Antigamente ser negro era considerado pecado, pois os poderosos da época junto à Igreja Católica justificavam a escravidão como castigo divino.
4. Denegrir: Sinônimo de “difamar” ou “tornar negro”. Esta palavra pejorativa e racista tem o intuito de dizer que algo maldoso e ofensivo está “manchando” uma reputação antes “limpa”.
5. Doméstica: “Empregada doméstica” é usado, hoje em dia, para se referir a pessoas que trabalham como auxiliar de serviços gerais, porém este termo traz uma carga racista histórica. Mulheres negras, que tinham tons de pele mais claro e traços semelhantes aos dos europeus, trabalhavam dentro das casas de famílias brancas, por isso tinham um "status superior" ao dos escravos da lavoura. Por receberam uma educação diferenciada e aprenderem algumas lições de bons modos, eram tidas como escravas "domesticadas". E homens negros eram tratados como animais rebeldes e que precisavam de “corretivos”, para serem “domesticados”.
6. Fazer nas coxas: A expressão surgiu na prática de escravos moldarem telhas nas coxas. Como eles tinham corpos de diferentes formatos, as telhas não se encaixavam e, por isso, estariam mal feitas.
7. “Inveja branca”: Uma vez que “negro” e “preto” são associado à coisas ruins, “branco” é algo do bem. Esta expressão tem a intenção de amenizar um sentimento ruim. Ao invés de substituí-la por outro termo, que tal não usá-la?
8. Moreno (a) e “Negro (a) de traços finos”: Racistas tendem a acreditar que chamar alguém de negro é ofensivo, então amenizam chamando de “moreno” ou mulato”. A lógica do clareamento em uma sociedade racista torna a estética branca e europeia um padrão beleza. Logo, quando uma pessoa negra tem traços finos, ela acaba se destaca por ser “exótica”.
9. Mulata: Originada de mula, animal que nasce do cruzamento de um burro com uma égua. Hoje em dia, usam o termo para se referir a pessoas “pardas”, mas na época da escravidão, muitas escravas eram estupradas pelos patrões e acabavam engravidando. As crianças eram chamadas de mulatas por serem filhos de um homem branco com uma mulher negra.
10. “Não sou tuas negas”: Esta expressão foi muito utilizada em memes entre os anos de 2013 a 2015, mas além de racista, o termo é completamente machista. Ao usar a frase, você refere que mulheres negras são “qualquer uma” ou “de todo mundo” e indica a forma como a sociedade a percebe: alguém com quem se pode fazer tudo. As escravas negras eram literalmente propriedade dos homens brancos e utilizadas para satisfazer desejos sexuais.
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