Estudo da Fiocruz diz que crianças têm baixa taxa de transmissão de Covid-19
- Maria Eduarda Vieira
- 12 de mai. de 2021
- 2 min de leitura
Pesquisa apontou que crianças são infectadas mais frequentemente por adultos do que são transmissoras
Por Maria Eduarda Vieira

Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Universidade da Califórnia (UCLA) e da London School of Hygiene and Tropical Medicine (LSHTM) observaram que a probabilidade de uma criança ser infectada por um adulto com Covid-19 é maior que a chance dela passar o vírus para outras pessoas.
O artigo "A dinâmica da infecção de Sars-CoV-2 em crianças e contatos domiciliares em uma comunidade pobre do Rio de Janeiro" publicado na revista Pediatrics, da Sociedade Americana de Pediatria (SBP) apresentou uma pesquisa que aconteceu entre maio e setembro de 2020 e contou com 667 participantes de 259 domicílios. Dos pesquisados, 323 eram crianças (de 0 a 13 anos), 54 adolescentes (14 a 19 anos) e 290 adultos. Os resultados mostraram que 45 crianças (13,9%) testaram positivo para o vírus, além de mostrar que a infecção foi mais frequente em crianças com menos de 1 ano e na faixa de 11 a 13 anos. Todas tiveram contato com um adulto ou adolescente com sinais recentes de Covid-19. O estudo mostrou, também, que se comparado aos dados do Rio de Janeiro, um terço dos contatos domiciliares dos pesquisados tinham sido expostos ao vírus no período de agosto de 2020, o que é considerado uma taxa maior do que o registrado na população geral da cidade no mesmo período, ficando 33% contra 7,5%.
Para os pesquisadores, “as crianças incluídas no estudo não parecem ser a fonte da infecção de Sars-CoV-2 e mais frequentemente adquiriram o vírus de adultos”. “Nossas descobertas sugerem que em cenários como o estudado, escolas e creches poderiam potencialmente reabrir se medidas de segurança contra a Covid-19 fossem tomadas e os profissionais adequadamente imunizados”, diz o artigo.
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