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  • Flavia Messeder

Endometriose: 07 de maio reforça às mulheres que sentir dor não é normal

Apesar de benigna, doença provoca relato importante no Dia Internacional de Luta Contra a Endometriose


Por Flávia Messeder


Imagem: Freepik

Dores abdominais, cólica no período da menstruação (dismenorreia) e incômodo durante a relação sexual podem ser um alerta para as mulheres que sofrem da endometriose, doença inflamatória que afeta 176 milhões de mulheres no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A doença é caracterizada pelo surgimento do endométrio (tecido que reveste a cavidade uterina) na parte externa do órgão, causando uma inflamação na região pélvica e, em alguns casos, em outras partes do organismo.


Apesar de benigna, a endometriose reflete diretamente na qualidade de vida pessoal e social por se tratar de um diagnóstico demorado e não ter cura. Além desses fatores, a doença está associada a casos de infertilidade nas mulheres entre 25 e 35 anos, por comprometer a região reprodutiva do corpo feminino em casos mais graves.


Diagnóstico e Tratamento


Após o processo de diagnóstico por análise do histórico hereditário, exame de imagem específico (ultrassonografia, ressonância magnética da pelve) e, por fim, o resultado, o tratamento é escolhido de acordo com o estágio da gravidade. Porém, a Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia recomenda a busca por uma boa consulta ginecológica, pois os exames de imagem são mais eficazes para identificar a presença do endométrio após um avanço significativo da doença. Sobre o tratamento, a recomendação envolve o uso de contraceptivos orais e análogos, sendo necessário passar por uma cirurgia quando não há resultado significativo no uso do tratamento empírico e agravamento da doença.


O que ainda não é muito discutido e solucionado são os efeitos colaterais que podem aparecer, desde queda do cabelo até o desenvolvimento de trombose, causados pela quantidade de hormônio consumido no tratamento. Como exemplo de uma outra alternativa, acompanhada por especialistas, já existem estudos científicos, consultados no serviço de busca PubMed (Biblioteca de Medicina dos EUA), nos quais identificam que a alimentação saudável e atividade física podem servir como tratamento contínuo no caso de prevenção.



Vídeo: Canal Qualicorp (YouTube) | Dr Drauzio Varella


A dor física e emocional


Priscila Pinho, de 32 anos, é uma das pacientes que optou pela mudança no estilo de vida como tratamento livre de hormônios. Ela conta que não aguentava mais conviver com inchaços, queda de cabelo, oscilação do humor, entre outros efeitos colaterais do medicamento. O método que foi aconselhado e está sendo acompanhado por profissionais multidisciplinares inclui alimentação anti inflamatória e adaptada para o seu histórico de diagnóstico. Há 2 anos, Priscila descobriu uma endometriose profunda, com foco nos ovários, reto (intestino), útero sacro esquerdo, direito e na vagina (parte interna) e precisou fazer a cirurgia de remoção. Recentemente ela ganhou alta e aproveitou para responder algumas perguntas sobre o que viveu e sentiu.


1 - Já tinha ouvido falar da endometriose antes de receber o diagnóstico? Quais foram os primeiros sintomas e exames? Conte como foi seu processo.


Já sim, pois é algo comum nas mulheres da minha família. Porém não sabia da “gravidade”. Via como todos em sua maioria. Meu primeiro sintoma foi uma dor intensa do lado esquerdo inferior do abdômen. Depois disso, tive dores na relação. Primeiro foi evidenciado, em ultrassonografia, cisto hemático no ovário esquerdo e a partir disso foi feita a ressonância magnética da pelve.


2 - Como foi sua experiência no período de tratamento? (método e acessibilidade)


Bom, eu ainda estou em tratamento e como a endometriose não tem cura, estarei em tratamento para sempre. Mas foi complexo, mesmo com todos os meus privilégios. Meu plano de saúde é simples, então não daria para cobrir todo o procedimento, mas consegui e fiz a remoção de todos os focos. E tem que ser bem feito porque se ainda restar algo, não adianta. Volta tudo de novo e rápido. Muitas mulheres fazem mais de 4 cirurgias. Sei que para quem não tem condições financeiras é MUITO mais difícil e nem sempre essa pessoa vai ter acesso à informação sobre outras alternativas e conseguir manter um tratamento livre dos hormônios.


3 - Qual mensagem você gostaria de compartilhar com as mulheres que lidam com a endometriose?


Você não é obrigada a viver com dor. Consulte mais de um ginecologista, não aceite cirurgia de imediato e procure tratamentos alternativos. Endometriose não tem cura, mas é uma doença inflamatória. O estresse, a má alimentação e o sedentarismo são fatores que estão, comprovados cientificamente, envolvidos na melhora da qualidade de vida da endometriose.


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