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Durante a pandemia, casos de feminicídio continuam aumentando em SP

O estado já bateu o recorde de casos desde 2016, contabilizando 87 casos registrados desde janeiro


Por Natasha Silveira


Foto: pixabay

Em julho deste ano, o estado de São Paulo registrou cerca de 160% a mais em casos de feminicídio em relação ao mesmo período de 2019. Só no 1º semestre deste ano já foram registrados 87 casos somente em São Paulo, de acordo com os dados analisados, pelo G1 e a GloboNews, em boletins de ocorrência e nas estatísticas criminais da Secretaria Estadual da Segurança Pública.


Desde a criação da lei, os números desse ano bateram o recorde dos anos anteriores, se tornando assim o maior número de casos desde 2016. A lei foi criada em março de 2015, onde o feminicídio se tornou um crime hediondo que envolve a "violência doméstica e familiar e/ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher". Pelo Código Penal, o acusado pode ser condenado de 12 a 30 anos de reclusão em regime fechado e só após alcançar dois quintos do período total é que podem progredir ao regime semiaberto.


A possível razão do aumento deste crime ocorrer seria por causa da pandemia e do isolamento social necessário para combatê-la, com os companheiros em casa as ocorrências só aumentaram desde que foi decretada a quarentena. Entre o dia 12 de março e o dia 31 de julho, foram registrados 65 casos de feminicídio em SP, tendo um total de 8% a mais dos casos que foram registrados durante o mesmo período em 2019. No mês de abril, o primeiro mês em total vigência da quarentena estabelecida em SP, foram registrado 21 casos de feminicídio, sendo 32% a mais do que foi registrado no mesmo mês em 2019.


Foto: Arte/G1

Segundo os boletins analisados pelo G1 e a GloboNews, a maioria dos crimes aconteceu dentro da casa da vítima e o autor foi identificado na delegacia ao ser feita a denúncia. De acordo com a análise, 85% dos casos possuem autores conhecidos, sendo companheiros ou ex-companheiros das vítimas, 68% dos casos acontecem dentro da casa da vítima e somente 45% dos casos foram presos em flagrante. Além disso, foi constatado que a idade média das mulheres mortas no período de janeiro a julho é de apenas 31 anos.


Em julho, um caso chamou a atenção em São Paulo. A vítima Thais Alves, de 32 anos, foi morta a facadas pelo seu ex-marido na frente dos seus filhos, que foi preso na última sexta-feira (4) no interior de SP. Thais havia conseguido na Justiça uma medida protetiva contra Odair, porém não causou nenhum efeito. Entre as 13 mulheres mortas por feminicídio no estado de SP em julho, somente Thais possuía a medida protetiva contra o seu agressor.


A delegada Jamila Jorge Ferrari, diretora das Delegacias da Defesa da Mulher (DDMs) do estado de São Paulo, afirmou em entrevista ao G1: “A gente sempre reforça a importância de as mulheres denunciarem quando perceberem o menor sinal de violência contra elas. Batemos sempre nessa tecla e não é à toa, esses números reforçam isso. Estamos tentando entender o que ocorreu em julho, foi um ponto fora da curva quando comparamos com os dois meses anteriores, maio e junho, quando registramos queda desses crimes no estado”.


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