Estudo publicada no Journal of Pediatrics apontou que o vírus e os anticorpos podem coexistir em crianças
Por Larissa Marques
Em estudos feitos por pesquisadores do Children's National Hospital, nos Estados Unidos e publicados nesta quinta-feira (3) no Journal of Pediatrics, apontou que nos organismos de crianças foram encontrados o vírus do Sars-CoV-2 (Covid-19) e os anticorpos ao mesmo tempo. Os estudos tinham o propósito de compreender o tempo que pacientes jovens, como crianças, levavam para eliminar o vírus e produzir os anticorpos em seu organismo.
Segundo declaração da pesquisadora Burak Bahar, médica que liderou as pesquisas e diretora do Laboratório de Informática no Children's National, na maioria dos casos de infecção por outros vírus ao detectar os anticorpos, já não se detecta mais o vírus. No entanto, com o novo coronavírus, os dois estão coexistindo. “Isso significa que as crianças ainda têm potencial para transmitir o vírus, mesmo que os anticorpos sejam detectados”, ela acrescenta.
A saber, para os estudos foram analisadas 6.369 crianças que foram testadas para o novo coronavírus, ainda 215 pacientes foram submetidas a testes no Children's National que detectaram contágio entre as datas de 13 de março e 21 de junho. Como resultado, dos 215 pacientes, 33 foram testados para o vírus quanto para a presença de anticorpos e nove desses mostraram a presença de anticorpos no sangue, ao mesmo tempo em que estavam doentes.
Outrossim, no estudo foi avaliado o momento em que o vírus é eliminado e a resposta imunológica. Descobriu-se que em um período de 25 dias o vírus não foi mais detectado, ainda a presença de anticorpos no sangue foi de 18 dias e em 36 dias foi o tempo médio que atingiu os níveis de anticorpos neutralizantes. Sendo assim, esses anticorpos são de suma importância, visto que protegem uma pessoa contra a reinfecção de um mesmo vírus.
Além do tempo médio de eliminação do vírus e a resposta imunológica dos pacientes, foi descoberto ainda que paciente de 6 a 15 anos demoram mais tempo na eliminação do vírus, cerca de 32 dias, em comparação com pacientes entre 16 e 22, que levam a média de 18 dias para a eliminação. Saliente-se ainda que mulheres com faixa etária de 6 a 15 anos demoram mais para eliminar o vírus comparando com os homens. Sendo assim, em média são 44 dias para as mulheres e média de 25,5 dias para os homens.
“A conclusão aqui é que não podemos baixar a guarda só porque uma criança tem anticorpos ou não apresenta mais sintomas”, atesta a doutora Bahar. "O papel contínuo da boa higiene e do distanciamento social continua crítico", finaliza.
Por conseguinte, Burak Bahar acrescenta que na próxima fase da pesquisa será feita a testagem para determinar se o vírus que está presente juntamente com os anticorpos pode ser transmitido para outras pessoas. Aliás, ainda permanece sem conhecimento se os anticorpos se correlacionam com a imunidade e por quanto tempo os anticorpos e a proteção contra a reinfecção do vírus duram.
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