Volta às aulas de graduação nas universidades públicas do Rio de Janeiro continua sendo uma incógnita para os estudantes em 2021
O andamento das atividades universitárias vem colapsando desde o início da pandemia, ainda no primeiro semestre do ano passado. Com o intuito de conter a disseminação da Covid-19, milhões de estudantes matriculados no ensino superior tiveram suas aulas suspensas ou passaram a assisti-las de maneira remota. Esse cenário seria mantido até o fim de 2020 ou com a chegada da vacina. Agora, com a vacinação batendo à porta, como será que fica a situação dos estudantes de graduação nas universidades públicas do Brasil?
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), duas instituições públicas tidas como referência no país, continuarão com as aulas por meio de plataformas digitais neste primeiro semestre de 2021. Segundo a última nota oficial publicada no site da UFRJ, a previsão de volta às aulas presenciais seria 01/03/2021. No entanto, devido à alta disseminação e mutações do coronavírus que se mantém, a data prevista não se tornou oficial e ainda não há mais informações sobre o retorno aos campi. Enquanto isso, os alunos continuam no ensino à distância (EAD). Na UERJ, as aulas também continuarão por meio digital durante tempo indeterminado.
É bem verdade que as aulas virtuais ajudaram a evitar a perda do último período letivo, o qual teria sido bem mais prejudicado caso a suspensão das aulas fosse total. Porém, algumas brechas apresentadas pelo novo modelo de ensino são latentes e levaram a consequências desagradáveis para os estudantes. “No último semestre nós já tivemos aulas de forma virtual, então os alunos que não tinham acesso a equipamentos para participar das aulas nas plataformas digitais precisaram solicitar material à universidade. Mas esse processo foi lento, então isso atrasou muito o período letivo de bastante gente, além de ter afetado no desempenho desses alunos”, comenta Beatriz Bittencourt (19), estudante do curso de graduação de Economia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).
Para Beatriz, o ensino à distância foi uma boa alternativa para que os estudos continuassem durante a pandemia, mas alguns pontos prejudicam seu desenvolvimento no curso. “Algumas disciplinas obrigatórias e que são necessárias para a inscrição em outras matérias do curso que eu faço não foram oferecidas durante o EAD. Isso prejudicou de certa forma o andamento dos meus estudos e de mais um monte de gente que era do meu período quando entrei na faculdade”, diz a aluna. “As inscrições para o período deste ano, que será referente ao ano letivo de 2020.2, vão abrir no início de fevereiro, mas ainda não sabemos se essas matérias que não estavam disponíveis no último período poderão ser acessadas”, completa.
Na UFRJ, os alunos irão cursar o período referente ao 2020.1 neste primeiro semestre de 2021. No caso dessa universidade, o último período letivo, realizado à distância, foi chamado de Período Letivo Excepcional (PLE), considerado algo à parte, já que não tiveram todas as disciplinas obrigatórias de um período normal.
Segundo Igraínne, monitora da disciplina Projeto 2 da Escola de Comunicação da UFRJ, apesar de o PLE não ter tido a nomenclatura convencional dos períodos letivos, ele foi contabilizado nas matrículas dos estudantes que o cursaram. Sendo assim, aqueles que estavam para se formar e conseguiram atingir os créditos e requisitos necessários para pegar o diploma, poderão apresentar a monografia nas datas em que for conveniente para ele e os integrantes da banca. De todo modo, até o momento não há informações concretas de como os próximos períodos irão seguir, deixando a situação dos graduandos ainda incerta.
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