Inúmeros protestos contrários ao torneio movimentaram o futebol esta semana
Desde o último domingo (18), o mundo do futebol internacional virou de ponta cabeça. Notícias acerca da criação de uma Superliga Europeia vieram à tona, mobilizando admiradores do esporte, não só no continente europeu, mas ao redor do mundo. Por lá, as torcidas se moveram contra esse torneio, foram às ruas com faixas e deram fortes declarações. Pois bem, até segundo plano, a Superliga está cancelada.
Assim que surgiram as primeiras informações sobre o campeonato, UEFA e FIFA prontamente divulgaram punições para cada clube envolvido. Dentre eles, atletas participantes fora da Copa do Mundo e sem possibilidade de retornar às competições internacionais organizadas pela federação europeia. Aos poucos, o castelo começou a ruir. Times e suas diretorias começaram a ceder e sair da iniciativa. Mas, por quê?
Uma das causas, obviamente, foram as punições. Grande parte dos jogadores estão em alto nível, sonham em disputar uma Copa. Seja qual for a seleção representada, ali existe uma conexão a mais, algo que está ligado à nacionalidade de cada um. Além disso, o grande risco de que se o projeto da Superliga não vingasse, cada uma dessas entidades esportivas não teriam como retornar ao alto escalão competitivo da Europa.
Entretanto, as maiores responsáveis pelo cancelamento da European Super League foram as torcidas. Protestos marcantes, em sua maioria alegando o fim do verdadeiro futebol, aquele disputado, não isolado em um campeonato único, sempre com os mesmos confrontos. De fato, isso trouxe uma reflexão acerca da aura do futebol, aquilo de times considerados menores, quando em ótima temporada, batem os gigantes, o que faz a alegria de muitos.
Ainda na linha dos apaixonados por futebol, o Leeds United entrou em campo contra o Liverpool com camisas estampadas: 'Champions League. Ganhe-a' na frente e 'Futebol é para os torcedores' na parte de trás. As frases de protesto percorreram o mundo, juntamente com a oposição feita pelos torcedores dos Reds, em frente ao Anfield. 'Envergonhe-se. Descanse em paz, Liverpool: 1892-2021', dizia uma das faixas estendidas. Vimos um mesmo pensamento, apesar de serem clubes com situações financeiras e históricas distintas.
Torcedores de City, Chelsea, United também apresentaram suas opiniões, tornando pública a aversão ao novo torneio europeu. Na maioria dos manifestos, dizeres de fim dos respectivos clubes, encerramento do verdadeiro futebol, organizações elitistas que estavam priorizando o dinheiro, principalmente pelos números exorbitantes divulgados. Em suma, a Superliga não foi aceita pela grande massa, salvo algumas exceções, mas mínimas.
Os ingleses foram pioneiros a abandonar oficialmente a Superliga, primeiro o Chelsea, depois Manchester City, Manchester United, Liverpool, Arsenal e Tottenham. Logo atrás, o Atlético de Madrid seguiu os britânicos, na sequência saíram os três representantes da Itália: Inter de Milão, Milan e Juventus. Barcelona e Real Madrid são os últimos a insistirem na ideia, agora já destituída em poucos dias.
Evidenciando a importância dos torcedores, o Milan soltou um comunicado hoje em suas redes sociais. Confira abaixo o conteúdo na íntegra:
"Aceitamos o convite para participar da Superliga com a intenção genuína de entregar a melhor competição europeia possível para fãs de futebol pelo mundo e no melhor interesse do clube e de nossos fãs.
Mudar nunca é fácil, mas é necessário evoluir para progredir, e as estruturas do futebol europeu evoluíram e mudaram ao longo das décadas. As opiniões e preocupações dos fãs de futebol foram expressadas com clareza sobre a Superliga e o Milan deve mostrar-se sensível às vozes daqueles que amam este maravilhoso esporte. Vamos continuar a trabalhar para entregar um modelo sustentável para o futebol".
A força das torcidas foi sentida. Altos investimentos são importantes, mas mudar o futebol da forma como conhecemos não foi bem visto. É fato que durante a história, tecnologias e alterações adentraram o âmbito futebolístico, entretanto, existe um lado tradicional que torna o esporte tão vivo. Talvez daqui alguns meses ou anos, vejamos outros projetos semelhantes. Porém, é necessário manter o espírito que tanto amamos: a competitividade.
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