Apenas no mês de abril, o país registrou quase 80 mil óbitos pelo coronavírus
Por Marina Marques
Ontem (29) o Brasil chegou a marca de 400 mil mortos pela Covid-19, pouco mais de um ano após o primeiro óbito registrado. Os últimos 100 mil casos confirmados, aconteceram em 36 dias, sua maior parte no mês de abril, com 78.135 mortos, sendo o mês mais letal.
Apesar do número de mortos estar em queda, devido a maioria dos Estados ter adotado restrições e lockdown, ainda é muito alto, sendo mais de 2 mil vítimas registradas diariamente. Alguns cientistas ouvidos pelo Estadão relatam que a reabertura de atividades econômicas tão cedo, antes de uma queda significativa nos casos e nos óbitos, pode causar novas variantes e fazer com que a transmissão do vírus volte a subir, surgindo uma 3ª onda de contaminações, com um intervalo menor do que entre o primeiro e segundo pico.
Os casos em 2020 passaram a cair entre os meses de julho e agosto, voltando a crescer em novembro. A nova cepa do vírus, que atingiu Manaus, colapsou o sistema do estado em janeiro, provocando o mesmo dano nos outros Estados entre os meses de fevereiro e março.
O estatístico e pesquisador em saúde pública da Fundação Oswaldo Cruz, Leonardo Bastos, em entrevista ao Estadão, deixou claro que este momento era o de segurar o máximo, talvez com uma reabertura lenta, já que o aumento da mobilidade e contato entre as pessoas pode voltar a sobrecarregar o sistema de saúde, com a única pergunta possível, quando acontecerá a terceira onda?.
Uma apuração feita pelo G1 e pela TV Globo, a partir de dados do Ministério da Saúde, mostram que a morte entre jovens aumentou, ao longo da pandemia, mesmo com os idosos ainda sendo as maiores vítimas.
O país só imunizou totalmente 6% da população até o momento, com as duas doses aplicadas. Há possibilidade de desaceleração do vírus, segundo alguns especialistas, mas é preciso uma posição mais radical por parte dos governos, além do investimento na vacinação e o auxílio à população. Ainda reforçam que é necessário seguir com as medidas básicas estabelecidas desde o início da pandemia: o uso de máscaras, principalmente dos tipos PFF2, distanciamento social, a higiene das mãos e a preferência por lugares ventilados.
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