Idosos estão procurando cuidar mais da saúde
A realização de atividades físicas e práticas são fundamentais para a saúde de todos, mas principalmente dos idosos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de pessoa acima dos 60 anos chegará a 2 bilhões de pessoas até 2050, representando um quinto da população mundial. Além de melhorar a qualidade de vida, os exercícios físicos deixam o metabolismo ativo, reduzindo a possibilidade de ter uma doença degenerativa aguda, comum na terceira idade.
A expectativa de vida no Brasil chegou a 76 anos, de acordo com a projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada no ano passado. Com isto, o maior desafio dessas gerações é alcançar a longevidade com qualidade de vida e o preparo físico trazendo inúmeros benefícios.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) sobre a Prática de Esporte e Atividade Física no País, feita pelo IBGE em 2015, estima-se que cerca de 9,2 milhões idosos praticam esporte ou atividade física no Brasil. Embora não haja um levantamento mais recente, observamos nas ruas idosos cada vez mais ativos praticando exercícios em estabelecimentos públicos ou privados.
Academias públicas
A prefeitura do Rio de Janeiro em parceria com A Secretaria Especial de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida (SESQV) instalaram as Academias da Terceira Idade (ATIs), em 2009, nos bairros da cidade. Atualmente, o Rio possui 130 ATIs e o serviço conta com diversos equipamentos para alongar, fortalecer, desenvolver a musculatura e trabalhar a capacidade aeróbica do idoso.
Em contrapartida, alunos das “academias de praça”, como são chamadas pela população, reclamam que algumas não atendem a necessidade deles. “Eu me exercitava em Santa Cruz e era muito bom, tínhamos a atenção do professor que cuidava muito bem dos idosos. Mas aqui em Realengo, não temos essas coisas. A academia da rua Olímpia Esteves está sem aula essa semana, e quando tem é segunda e quarta na parte da manhã”, explica Elita Brito, 70 anos, aposentada. Ela ainda acrescenta a importância da ATI, dizendo que a sua saúde e seu condicionamento físico precisam disto.
A reportagem entrou em contato com a prefeitura do Rio, mas não houve mais esclarecimentos sobre as ATIs. E tentou entrar em contato com SESQV e com algum professor responsável pela academia na rua Olímpia Esteves, citada pela aposentada, mas não obteve respostas de ambos.
Academias particulares
Já aqueles que possuem uma renda extra, procuram fazer seus exercícios em academias particulares. Uma pesquisa feita Associação Brasileira de Academias (ACAD Brasil) em parceria com a Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo e do Rio de Janeiro mostrou que os estabelecimentos voltados para a terceira idade vêm crescendo no mercado. O número de idosos que frequentam academias particulares aumentou de 5% para 30% nessa última década. “Com o intuito de atrair este público, oferecemos descontos de 20 reais na mensalidade para os idosos a partir dos 50 anos. E também estamos com projetos de dar aulas gratuitas de ginástica em uma praça ao lado da academia aos finais de semana e abrir um espaço para exercícios de pilates”, conta Ivan Prado, coordenador e professor da academia Monster Home Gym.
Ivan defende a ideia de que além de colaborar com o retardamento da degeneração do corpo, a socialização ao praticar os exercícios físicos é fundamental para a saúde mental dos idosos. “Me sinto muito bem na academia, mesmo sendo um ambiente cheio de jovens, aqui todos somos tratados iguais. Desde que comecei a me exercitar minha auto estima melhorou muito e parei de sentir dores nas articulações”, afirma Ray Freitas, 61 anos, dona de casa.
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