Após 75 anos no mercado, Duralex encontra-se a beira da falência

Possível falência da empresa francesa de vidros ocorrerá em plena pandemia do novo coronavírus

Foto: Reprodução/O dia

Nesta última quinta-feira (24), a empresa francesa de vidro Duralex, fundada há 75 anos, entrou com pedido de recuperação judicial no Tribunal Comercial de Orleães. No entanto, seu pedido não foi bem sucedido e a empresa precisará apresentar plano para pagar suas dívidas e evitar sua quebra. Este processo é uma tentativa de "salvar" a empresa antes de decretar oficialmente a falência.

A empresa tem muita popularidade entre os brasileiros, e seus "pratos inquebráveis" são seus utensílios mais requisitados. O pedido de recuperação judicial no território francês não afeta as operações da marca na América do Sul, e somente no Brasil possui 108 anos de existência. Isto não ocorrerá nesses lugares, pois a marca possui outro dono, Nadir Figueiredo, e, segundo nota ao

Correio, permanecerá com as negociações normalmente.

Antoine Ioannidès, CEO da empresa na França, explicou à imprensa francesa sobre a influência da pandemia da Covid-19 em sua falência, pois, a paralisação geral impactou profundamente nas exportações dos produtos. Ele ainda fala sobre:

“Perdemos cerca de 60% do nosso faturamento com a cessação das exportações, que representam 80% do nosso negócio.”

Segundo o jornal Le Monde, a empresa aguardará um período de seis meses que possibilitará que possíveis interessados invistam na mesma.

Desde 2017, quando a empresa precisou recorrer a redução da sua produção industrial, substituindo pelo uso do alto forno, a corporação já passava por baixos fluxos de caixa. Mudança na forma de produção ocasionou mais problemas na sua linha de produção e gerência. Em uma carta aos funcionários, a administração fala sobre a situação da empresa:

“As dívidas da empresa no dia da abertura do processo estão congeladas. (...) Após o inventário de todos os recebíveis pelos representantes legais, a empresa poderá propor um plano de recuperação". Apresentação da carta foi adquirida pelo jornal francês Le Monde.

Presidente da Duralex relata que os 248 empregados da empresa serão pagos a partir da ajuda que recebera do Tribunal de Comércio de Orléans e continuará também com as negociações com os compradores.

As empresas Duralex e Duralex Opaline não possuem nenhuma relação com a Duralex Internacional.

História

Duralex foi Fundada após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, pelo grupo industrial Saint-Gobain, onde inovou na produção louças feitas de vidro. O seu auge ocorreu na décadas de 70 e 80, período no qual recebeu a denominação de utensílios "inquebráveis".

Já na década de 90, a corporação foi vendida a um grupo italiano e permaneceu com os mesmos até 2005, quando o empresário turco Sinan Solmaz tomou o controle. Em 2007 a empresa perdeu uma de suas fábricas. O ano seguinte, em 2008, já ameaçava entrar com um processo de recuperação judicial, mas apenas foi vendida para a atual administração. Período este que a empresa passou de 1000 funcionários para cerca de 260.

Mesmo com dificuldade, até 2018 foi viável a estabilização das suas operações, onde almejavam ampliar os negócios e abrir uma nova fábrica. Entretanto, plano não deu certo e todas as instalações planejadas apresentaram problemas financeiros, intensificados pela crise da pandemia do novo coronavírus.