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2020: Um ano diferente também para os garçons

Se engana quem pensa que essa profissão se baseia apenas na venda e atendimento ao cliente. A rotina de lidar com pessoas e situações diversas exige controle emocional e capacidade de negociação, tudo isso aliado a um sorriso no rosto. Mas em tempos de uso de máscaras constante, garçons e garçonetes encontram dificuldades para expressar tamanha cordialidade


Por Giovanna De Luca

Imagem cedida por Mary Joyce Ramalho

Comemorada anualmente em 11 de agosto, a data visa homenagear os mestres na arte de servir. A profissão inspirou Reginaldo Rossi a escrever uma música atemporal, que se refere ao atendente como alguém carinhoso e atencioso, além de muitas vezes ser ouvinte e se tornar amigo dos clientes. Diante das medidas de prevenção ao novo coronavírus, a relação de garçons e garçonetes com os fregueses vem passando por reformulações. Mas apesar da máscara de proteção e o distanciamento, eles seguem sendo referência quando o assunto é hospitalidade.


A obrigatoriedade do uso de máscaras decretado por diversos Estados do país influenciou em uma transformação no comportamento. Para a garçonete e bartender Mary Joyce Ramalho, de 36 anos, o item é um instrumento de conscientização e solidariedade. Ela também acredita que essa experiência, apesar de ser fruto de uma pandemia, é um convite para exercitar os gestos e emoções por meio do olhar e afirma que ao esconder as bocas, os olhos passam a ser a primeira fonte de comunicação entre as pessoas.


- Esses dias um cliente me falou que sentia saudade do sorriso que eu dava toda vez que levava um Chopp e eu respondi que estava sorrindo, era só ele olhar para os meus olhos – conta Mary.


Já para o garçom Paulo César, 32 anos, a ordem de manter uma certa distância de todos é a maior dificuldade. Além do diálogo que fica comprometido por conta das máscaras e do afastamento entre uma pessoa e outra, para ele, é doloroso não poder abraçar, beijar e apertar a mão tanto dos clientes quanto dos colegas de trabalho. Hoje, por conta do surto da Covid-19, o jovem parou para analisar a forma como os indivíduos interagem, se cumprimentam e se despedem.


- No lugar do beijo e abraço, um aceno com as mãos ou com a cabeça. Dependendo do cliente rola um toque de pé ou de cotovelo – brinca César.



Surgimento do Dia do Garçom:

Sempre no dia 11 de agosto, é celebrada a criação dos cursos jurídicos no país e, por consequência, o Dia do Advogado. Segundo a história, em respeito à profissão do advogado, os proprietários de restaurantes e bares convidavam os estudantes de Direito para comemorar a data, tudo, é claro, por conta da casa. Com o passar dos anos, os comerciantes não conseguiam mais sustentar a brincadeira e pararam de convidar os jovens. Porém, eles passaram a se auto convidar, ou seja consumiam e saiam sem quitar o consumido. Mas nunca deixaram de pagar os 10% do atendente, estabelecendo nesta data, também, o Dia do Garçom.


3 comentários

3 Comments


Marcela Marques Lopes Antonio
Aug 11, 2020

É exatamente sobre isso, nunca foi descrito tão bem a nossa função e o nosso dia dia, Giovanna De Luca mais uma vez arrasou no texto, representando todos nós e tudo que passamos!

Parabéns! Vc é uma profissional, mulher, filha e amiga espetacular, sorte de quem pode te ter na vida! Alma grandona! Batalhadora pra caramba! Vc merece tudo da vida!

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Lucas Martins
Lucas Martins
Aug 11, 2020

É UM ANJO ESCREVENDO ISSO OU É A GIOVANNA DE LUCA?


Que texto fod*

Parabéns Gi

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thamirisribeiro2009
Aug 11, 2020

Temos sim passado por um momento muito novo para todos e bem difícil, e realmente o sorriso e o contato com nossos amigos e familiares fazem bastante falta .

E para quem trabalha como garçom que depende muito do carisma e da cordialidade para com seus clientes, tem sido sim bem difícil toda essa comunicação. mas passaremos bem por tudo isso e já já voltaremos a sorrir não só com os olhos .


E parabéns pelo texto Giovanna De Luca, incrível .

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