Todos os dias crianças e adolescentes são expostas a diversas formas de violências nos diversos ambientes que frequentam
Por que dia 18 de maio?
A data não foi escolhida aleatoriamente, mas sim porque nessa mesma data, em 1973, um crime chocou o Brasil. Araceli Cabrera Sanches, uma menina de apenas oito anos de idade, que morava no Espírito Santo, foi sequestrada, drogada, espancada, estuprada e morta por membros de uma tradicional família capixaba e o crime ficou impune. A data ficou marcada, e no ano 2000, foi criado o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
De acordo com o Instituto Liberta, a partir de estudos de organizações da sociedade civil e dados governamentais, o Brasil registra 500 mil casos de exploração sexual contra crianças e adolescentes por ano, ocupando o segundo lugar no ranking de exploração sexual infanto-juvenil. O primeiro país no ranking é a Tailândia.
Como saber que está acontecendo?
De acordo com Elaine Amazonas (assistente social e gerente de projetos na Bahia da ONG Plan International), identificar sinais de um abuso não é fácil, pois na maioria das vezes, o abusador tem cuidado em não deixar nenhum vestígio físico na criança. Segundo ela, é preciso estar atento às mudanças repentinas de comportamento: “Muitas vezes a criança se apresenta mais irritadiça, apresenta ansiedade, dores no corpo, na cabeça, barriga, sem uma explicação mais lógica. [Apresenta] alterações gastrointestinais. Raiva, rebeldia. Muitas crianças ficam mais introspectivas, não querem conversar, têm pesadelos constantes, voltam a fazer xixi na cama, chupar dedos”.
Como proteger as crianças da violência sexual?
Explique para a criança quais são as partes íntimas do corpo e que elas não podem ser tocadas sem o consentimento.
É importante que elas saibam nomear as partes de seu corpo, para que caso algo ocorra, ela consiga explicar. Deixe claro que ninguém pode tocar nessas regiões e nem vê-las, apenas os pais quando forem dar banho ou trocar de roupa.
Fale sobre os limites do corpo.
Ensine sobre permissão. Explique que ninguém pode tocar nas suas partes íntimas e que nem elas podem tocar nas partes íntimas de outra pessoa. Alerte sobre possíveis perigos ou estratégias como: trocar carícias por doces, apresentar um cachorrinho e outras.
Incentive o diálogo.
Os abusadores costumam dizer para que elas mantenham o ocorrido em segredo, seja com ameaças ou de maneiras lúdicas. Por isso é importante mostrar a importância do diálogo e deixar claro que você sempre estará lá para ouvi-la e que ela pode confiar em você.
Reações das crianças.
As crianças costumam demonstrar se estão confortáveis ou não com alguém que está perto delas, então perceba as reações, movimentos e olhares.
Veja os sinais.
É importante estar atento aos sinais que as crianças estão dando, ainda mais que na maioria das vezes eles são mínimos. Esteja atento aos comportamentos como: irritação, ansiedade, dores de cabeça, alterações gastrointestinais frequentes, rebeldia, raiva, introspecção ou depressão, problemas escolares, pesadelos constantes, xixi na cama e presença de comportamentos regressivos.
Como pedir ajuda?
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