Atriz é única brasileira em lista, que conta com nomes como Denzel Washington, Michael B. Jordan, Viola Davis e Keanu Reeves
Na última quarta-feira, o jornal “New York Times” publicou uma lista elegendo 25 melhores atores do século 21. A lista, elaborada pelos críticos Manohla Dargis e A. O. Scott,. inclui nomes bastante conhecidos, como Gael García Bernal, Mahersala Ali, Willem Dafoe, Julianne Moore e Denzel Washington, mas também atores de outros países, como os coreanos Song Kang Ho Kim e Min-hee, a chinesa Zhao Tao, o italiano Toni Servillo e a atriz Sônia Braga, que ficou na 24ª colocação e é a única brasileira da lista.
No texto, os críticos escrevem sobre as atuações de Braga nos filmes de Kleber Mendonça Filho, "Aquarius" (2016) e "Bacurau" (2019), e lembram também da importância da atriz para o cinema brasileiro.
"Recentemente reassisti Aquarius (2016) para nossa ode à Sônia Braga", escreveu Dargis. "Braga se encaixa perfeitamente no realismo maravilhoso e despreocupado do diretor Kleber Mendonça Filho. Nessa vez vendo o filme, porém — parcialmente influenciada por um capítulo chamado, ahem, O Cabelo de Clara — percebi como Braga fica rearrumando sua cortina opulenta de cabelo. E, enquanto ela o joga para cima e o deixa cair, percebi que Mendonça não estava apenas apresentando uma personagem mas também a lenda a interpretando", disse o crítico.
Scott complementa os elogios sobre Braga com: "Suas habilidades se manifestam de um jeito totalmente diferente em Bacurau, uma alegoria loucamente fantástica (e violenta) com toques de ficção científica do Brasil em crise que se afasta do realismo dos outros filmes de Mendonça sem abandonar suas paixões políticas ou seu humanismo". O crítico ainda acrescenta que "Braga, parte de um extenso elenco que inclui atores não profissionais, é essencial para isso. Ela interpreta Domingas, uma médica de cidade pequena com problemas com bebidas e uma eventual personalidade abrasiva — um papel cômico e des-glamourizado que ninguém mais poderia ter entregado com tanta graça e profundidade. Ou, como diz Mendonça, 'em uma sinfonia, ela seria o piano'".
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