Os bots “removem a roupa” de fotos convencionais de mulheres encontradas nas redes sociais
Nesta semana, a empresa Sensity, que identifica ameaças visuais na internet, divulgou um relatório que denuncia um bot (robô digital) localizado no aplicativo de mensagens Telegram, o qual é responsável pela criação de nudes falsos através de deepfake. Até então, mais de 100 mil imagens falsas foram identificadas, mas o robô pode ter feito milhões dessas que ainda não foram localizadas.
Essa alteração é realizada pelos próprios usuários no aplicativo, por meio de uma solicitação gratuita. Eles escolhem a foto que desejam e a inteligência artificial remove as roupas em questão de minutos. De acordo com o TecMundo, a foto pode vir, gratuitamente, com a marca d’água, nudez parcial ou é possível ter acesso a 100 fotos por semana com total nudez pelo valor de U$ 1.38 (cerca de R$ 7,70).
A pesquisa feita pela Sensity revela que 63% dos nudes falsos são de mulheres conhecidas ou próximas dos usuários, cujas imagens foram capturadas de redes sociais, como Instagram e Facebook, algumas de biquínis ou maiôs e outras com roupas longas e largas. Entretanto, algumas pareciam até ser menores de idade.
Giorgio Patrini, presidente executivo da Sensity, ressalta que “ter uma conta nas redes sociais com fotos abertas ao público é o suficiente para que qualquer pessoa se torne um alvo”.
A BBC, com o consentimento de pessoas, testou essa parte do aplicativo e avaliou que as fotos não ficam realistas e que teve um caso do umbigo ficar quase no meio do tórax.
Esse programa ficou conhecido em 2019, após o aplicativo “DeepNude” ser criado. Ele também era usado para criar imagens pornográficas, principalmente de celebridades. Após a repercussão e o uso indevido de seus usuários, seu criador removeu a ferramenta da internet, mas alguns usuários conseguiram “copiar” seu software e adaptar para os robôs do Telegram e outras plataformas.
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